15 outubro 2008

Sem querer ofender

Parece que, sem querer, acabei incomodando alguém por causa de um comentário que deixei no Blog do meu xará. O comentário era sobre a escolha do Paulo Krugman para o Nobel de Economia. Meu xará resumiu a parte relevante:

Agora fica uma pergunta: no passado e no presente outros grandes nomes deixaram de ganhar o prêmio. Dá para afirmar com 100% de certeza que, apesar do provável merecimento, suas posições políticas não afetaram em nada a escolha? Essa é uma sombra com a qual Krugman terá que viver para o resto de sua vida.

Uma coisa que os adoradores da ciência fazem com uma certa freqüência é achar, assim como o católico em relação ao clero, assim como o evangélico em relação ao pastor, que cientistas só têm uma única agenda: a busca pela verdade. Ora, meus caros. Cientista é antes de tudo um ser humano e, como tal, está sujeito às mesmas tentações que todos os outros mortais. Até onde eu sei a banca que determina a escolha do ganhador é formada por seres humanos.

Krugman mereceu o prêmio? Creio que sim. Mas outras pessoas mereciam também e, se você der um rolé pelos sites dedicados à Economia, verá que ele era um nome forte mas não era um nome certo. Isso porque o ganhador é escolhido de acordo com a vontade da banca e ninguém pode afirmar com 100% de certeza (daí minha pergunta no comentário) que a atuação política de Krugman não foi um fator de desempate.

A sombra da sua posição anti-Bush vai pairar para sempre sobre sua cabeça. E isso não quer dizer que ele não merecesse o prêmio.

Claro que o argumento de dizer que sua atuação política não foi o motivo porque assim está escrito no site fundação não merece nem resposta. Imagine se alguém colocaria isso:

Paul Krugman foi escolhido por sua valorosa batalha contra o governo Bush e o partido Republicano e por seus tendenciosos artigos no New York Times. Ah, e pela sua pesquisa na área de comércio internacional.