A frase do título é de um cinismo ímpar. Tirando o verniz, na verdade o que ela quer dizer é: aproveite que todos estão aterrorizados com algum evento traumático para empurrar sua agenda política.
Aqui no Bananão, temos a Globo para fabricar as crises e mantê-las vivas até que as agendas moderninhas sejam empurradas goela abaixo da população. Curiosamente, falharam absurdamente no famigerado "Estatuto do Desarmamento," mas agora seguem firmes e fortes no intuito de criminalizar a homofobia, seja lá o que isso signifique.
Não me espantaria se, diante da notificação de um homicídio, antes mesmo de perguntar o nome da vítima, eles tentassem descobrir a sua orientação sexual. Só para ver se a notícia merece a devida cobertura.
Mas vida que segue...
Nos EUA, diante de mais um massacre, volta à cena o debate sobre a posse de armas. Claro, as pessoas estão assustadas. Claro, as pessoas estão apavoradas. Claro, alguém vai tentar se aproveitar disso.
Justamente quando seriam necessários tranqüilidade, cabeça fria e pensamento objetivo, tenta-se explorar a comoção nacional para empurrar uma agenda.
http://en.wikipedia.org/wiki/Number_of_guns_per_capita_by_country
http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_countries_by_firearm-related_death_rate
Fazendo um rápido cruzamento de dados entre posse de armas de fogo e mortes por armas de fogo, a gente percebe que não há nem mesmo uma correlação entre ambos. Países que aparecem no topo de uma lista aparecem na parte de baixo da outra e vice-versa. Descontando a credibilidade da Wikipedia (quem quiser que conteste, eu não sou estudioso, apenas curioso), podemos chegar a pelo menos duas conclusões:
1) Provavelmente vários fatores contribuem para o aumento dos índices de homicídio.
2) Aparentemente a posse de armas não é um deles,
Claro que pode-se argumentar que os países que possuem leis menos restritivas e estão bem posicionados no ranking de homicídios poderiam estar ainda melhor posicionados se as armas fossem proibidas. É um argumento válido, mas há como prová-lo sem fazer (a) uma análise de todos os fatores sócio-econômicos ou (b) uma experiência social?