07 julho 2009

Propriedade intelectual: moral hazard

Aqueles que defendem a propriedade intelectual geralmente apontam um perigo quase sempre desdenhado por aqueles que são contrário a ela: o fim da propriedade intelectual reduziria os investimentos em pesquisa.

Eu meio que concordo com este argumento (estou refletindo sobre o assunto e talvez venha a mudar de idéia). Ele não é tão evidente quando olhamos para uma música (embora uma boa música exija muito investimento de seu compositor) mas se olharmos para um chip de computador, por exemplo, a coisa muda de figura. Um chip, para ser desenvolvido requer milhões e mihões de dólares em pesquisa. Ora, aqueles que investem em pesquisa não são filantropos. Eles o fazem esperando um retorno alto caso o chip venha a ser comercializado. Mas qual seria este retorno se, assim que o chip estivesse pronto, qualquer um pudesse fabricá-lo e vendê-lo? Ora, sem o custo da pesquisa sobre suas costas, o copiador tem uma baita vantagem na hora de determinar o preço do chip. O único jeito do inventor poder vender o chip é cobrando o mesmo preço que a cópia, o que provavelmente reduziria a margem de lucro, isso se não causasse prejuízos. Com o tempo, poderíamos ter um moral hazard curioso: ninguém estaria disposto a investir em inovações, esperando apenas um pato qualquer criar algo para se apoderar da invenção e vender cópias dela. A pesquisa tecnológica perderia seu atrativo para os investidores e... Bem, dá para imaginar o resto.