31 agosto 2006

Homo Bananus

Ótimo texto do Igor Taam.

"Um dos maiores sinais de decadência de um país não é a fuga de cérebros para o exterior, mas a atual e quase despercebida corrida aos concursos públicos, a criação de uma geração ainda maior da classe média advinda do funcionalismo. As boas inteligências deveriam estar incentivadas a buscar recompensas na própria sociedade. Ao invés disso, os brasileiros acreditam menos e menos que seu trabalho, seu talento e criatividade serão bem pagos, recebidos, notados, úteis, importantes. A vida de iniciativa está desvalorizada, e os concursos são a forma em que as pessoas reagem a esse declínio: as melhores expectativas de ganhos, antiga atração do mercado, foram incorporadas ao serviço público."


Não precisa ser nenhum antropólogo para perceber que estamos diante de uma nova versão, tropicalizada, do eternizado homo sovieticus: o homo bananus.

Ame-o ou...

Há mais ou menos uns 15 anos venho dizendo que quem puder que saia do país. Achou uma oportunidade fora do eixo latino-socialista? Vai nessa!

Curiosamente, muitas das pessoas que sempre retrucavam, atribuindo-me a adjetivo "pessimista", já debandaram para outras pradarias (alguns após darem uma chance ao Lula em 2002, não é irônico?).

A mistura da cultura nômade indígena que havia por aqui com a dos exploradores portugueses gerou uma combinação a qual poucos países podem resistir: um povo que não se preocupa nada em criar um ambiente socialmente saudável para se viver em longuíssimo prazo.

O lado explorador faz com que os indivíduos não se interessem nada por construir um lar, algo duradouro que servirá de moradia para seus descendentes. Sujam as ruas, barbarizam o trânsito, emporcalham a cultura, enfim, agem como se, após terminado o período de exploração, pudessem voltar para a metrópole para usufruir das riquezas acumuladas.

O lado nômade faz com que, ao constatar que o comportamento socialmente destrutivo que tiveram durante gerações tornou seu bairro, cidade, estado ou, em última instância, seu país inabitável, os habitantes abandonem tudo e partam para um lugar melhor.

É ou não uma mistura que arrasa qualquer civilização?

PS: Claro que isso não é uma crítica a quem deixou o país (mesmo porque esse é meu objetivo). Essa é uma crítica àqueles que ajudaram a destruir o Brasil e, após terminado o serviço, deixaram o que sobrou para trás.

Duh!

Não precisa ser gênio da política para chegar a essa conclusão:

"- É desinformação da população? Não, não é. Se fizermos uma enquete em qualquer lugar deste país, todos concordarão ou a grande maioria que o presidente sabia de tudo; então votam nele sabendo que ele sabia. A crise ética não é só da classe política, não, parece que ela atinge grande parte da sociedade brasileira."


Sempre fui absolutamente contrário à teoria de que o Brasil não vai pra frente por causa dos seus políticos. Ora, nossos políticos não são importados, são amostras da nossa população. Na época da ditadura ainda havia a desculpa de que eles nos eram impostos e não podíamos escolhê-los. Com a "democratização" esta esfarrapadíssima desculpa foi por terra. O que vemos hoje é resultado da escolha da população.

Somos um país corrupto, atrasado e beirando a barbárie porque assim é seu povo. Seria até um contra-senso exigir o contrário dos nossos políticos.

30 agosto 2006

Back to business

Voltei ao bananão.

E já me deparo com uma piadinha típica:

"Foi só um brasileiro ir pro espaço e
já sumiu um planeta"

19 agosto 2006

Adendo

Pior que muitos dos que apoiaram a medida do tal coronel - e posso afirmar sem medo de ser leviano - são os mesmos a perguntarem, quando pegos cometendo uma infração, "como a gente pode resolver isso?".

Cambada de hipócritas!

Povinho merda, cara

Vejo que uma boa quantidade de leitores do Globo - podemos dizer que é a classe mérdia do país - apoiou uma medida que um coronel tomou num batalhão da PM, forçando seus soldados a declararem quantias superiores a R$50,00 que tivessem na carteira. Isso é um absurdo tão grande, mas tão grande que eu tenho até vergonha de ser conterrâneo dessas pessoas que alegremente sacrificam os direitos alheios em troca de qualquer falsa promessa de segurança.

F**da é ler uma nóticia dessas depois de passar a tarde em museus destinados a celebrar a liberdade. Dá vontade de pedir asilo político.

More Philadelphia



14 agosto 2006

11 agosto 2006

Edição extra - 2

Interrompemos nosso recesso para comentar as palavras de uma viúva do comunismo.

Juro que não acreditei quando vi esta chamada para a coluna do Luiz Garcia:

"Ideais da revolução correm risco de ser sepultados com Fidel"

Não pude crer que ainda alguém são pudesse falar com tanto carinho dos tais ideais da revolução.

Mas é exatamente essa preocupação que ele demonstra na sua
coluna de hoje (link móvel).

"Em maio passado, Fidel lançou o programa que batizou de Batalha das Idéias, comandado pela União da Juventude Comunista. Trata-se, diz Anderson, de versão cubana, um tanto menos radical, da Revolução Cultural chinesa. Um comando central organiza demonstrações e recruta batalhões de 'trabalhadores sociais' para forçar adesão popular a iniciativas oficiais.

A Batalha das Idéias visa a reengajar o povo na defesa dos ideais da revolução. Pelo que se percebe das informações e análises de Jon Lee Anderson, ela corre sério risco de ser sepultada no túmulo de Fidel."