Kristof é um personagem importante. É colunista do "New York Times", especializado em questões sociais no mundo. Um daqueles raros jornalistas que chegou a um ponto tal da carreira que não tem orçamento. Marca quando quer uma viagem para onde desejar e vai. Quase sempre são buracos do mundo. Ele é conhecido pela sensibilidade extrema, pela empatia. Quando diz que sweatshops não são tão ruins assim, a afirmação carrega um peso que choca.
Não diz à toa. Sua mulher é chinesa, de uma família que vivia tradicionalmente numa região próxima de Shenzhen. Trata-se da terceira maior cidade da China. São 14 milhões de habitantes. E, 31 anos atrás, era um vilarejo. Foi beatificada por Deng Xiaoping para se tornar uma zona econômica especial e receber as fábricas que se transformariam na locomotiva chinesa. Quem mora lá trabalha na indústria ou quer trabalhar. Antes, viviam no campo. Pode parecer cruel, mas a vida dessa gente toda melhorou muito com a migração do campo para a cidade. Eles têm teto e têm comida. Quando plantavam arroz, nem teto, nem comida eram garantidos. A vida no mundo lá fora é dura.
Devemos ter culpa? A vida é dura e bem mais complicada do que a fabricação de um iPad. Porque não basta abrirmos mão de tablets da Apple, celulares Samsung ou computadores Dell.
31 janeiro 2012
Coisa de louco
No pedra-papel-tesoura ideológico, parece que na disputa entre os trabalhadores dos sweatshops chineses e a dissonância cognitiva, esta levou a melhor: