31 agosto 2007

Julgar é difícil

Hoje caiu na minha caixa postal um e-mail daqueles indignados que se referia ao caso do Promotor Público Thales Ferri Schoedl que, de acordo com decisão do MPE-SP, será mantido em seu cargo até o final do julgamento.

Para quem não lembra do caso, dê uma breve googleada.

Nestas horas é tentador bradar contra a brutalidade de um funcionário público contra jovens indefesos. Sem descartar esta hipótese, vejamos um trecho da denúncia:

Às quatro horas do dia 30 de Dezembro de 2.004, THALES FERRI SCHOEDL se irritou quando ouviu simples comentário a respeito dos atributos de sua namorada MARIANA OZORES BARTOLETTI, não dirigido a ele ou à moça diretamente, feito entre rapazes reunidos em torno de automóvel de marca “Fiat”, modelo “Pálio”, estacionado no “Largo dos Coqueiros”, perto da praia “Riviera de São Lourenço”, município de Bertioga.

THALES FERRI SCHOEDL desafiou, de forma inadequada e claramente despropositada, de imediato, FELIPE SIQUEIRA CUNHA DE SOUZA, o qual estava no aludido grupo de moços, pois o acusou, em voz alta e asperamente, de incomodar MARIANA OZORES BARTOLETTI.

Ao presenciar, contudo, a aproximação de FELIPE SIQUEIRA CUNHA DE SOUZA e do amigo dele, DIEGO FERREIRA MODANEZ, pela rua “Passeio da Riviera” (via contígua ao “Largo dos Coqueiros”) e em seguida à sua provocação, THALES FERRI SCHOEDL efetuou disparos, de maneira notavelmente desproporcional, contra ambos a pistola marca “Taurus”, modelo “PT-138 Millenium”, calibre 380 ACP, número de série KWG-84702, numerosas vezes, ainda em resposta à trivial observação relacionada a MARIANA OZORES BARTOLETTI, e os feriu com quatro e dois projéteis respectivamente, causando a morte do segundo (DIEGO), conforme demonstra o laudo de exame necroscópico de folhas 119/120, e as lesões corporais de natureza grave comprovadas pelo laudo de exame de corpo de delito de folhas 70/73(2) no primeiro (FELIPE), o qual somente não faleceu porque depois recebeu pronto e eficaz socorro em estabelecimento hospitalar para onde foi removido.


Agora, façam um teste: digitem no Google "espancado boate" e "espancado casa noturna" e vejam a quantidade de casos envolvendo pessoas agredidas por grupos de jovens em casas noturnas.

Não descartando a hipótese apresentada pela acusação, quais as chances de a ação violenta do promotor ter sido tão gratuita e o comportamento dos jovens tão inocente quanto descrito pela denúncia?

Uma coisa é uma coisa... (segunda parte)

Clooney se recusa a responder pergunta em Veneza

No longa, Clooney é um mediador em uma firma de advogados que enfrenta uma multinacional alimentícia, cujos responsáveis ocultavam dos cidadãos que um de seus principais produtos era cancerígeno.

Com esse gancho, uma jornalista perguntou a Clooney na coletiva de imprensa se ele podia explicar a incoerência entre a interpretação desse papel e o fato de que ele é garoto-propaganda do café "Nespresso, propriedade da empresa Nestlé, uma das multinacionais mais boicotadas do mundo".

Clooney, que manteve o sorriso, começou negando seu trabalho para a firma Nestlé, mas voltou atrás quando a jornalista insistiu que Nespresso pertence à sociedade suíça.

Nesse momento, o diretor de "Boa noite e boa sorte" respondeu: "Não vou me desculpar com vocês por ganhar a vida de vez em quando...".

E, sem perder o sorriso, mas titubeante, continuou:

- A verdade é que conheço muito o trabalho das pessoas que fazem boicote nos países, sabe, no Sudão... Assim, não vou tratar de reconciliar essas duas respostas... Eu trabalho... Bom, realmente, não tenho como responder a você esse tipo de pergunta irritante...

30 agosto 2007

Zumbi

Ultimamente tenho parecido um zumbi durante o dia.

Culpa do fuso horário... Tô dormindo tarde e acordando cedo, mas não dá para perder isso:


LeBron James

Dá-lhe Zé!

O trabalho e uma leve gripe me afastaram da Internet por uns dias. Botando os assuntos em dia, vejo n'O Indivíduo um surpreendente e-mail, se levarmos em conta que veio da classe artística.

Aqui um pequeno trecho:

Não acredito que o dinheiro de TODOS deva servir para patrocinar a aventura pessoal de ALGUNS, e, quando isto se configura, eu saio fora. Investimento deve ser feito com dinheiro real que não prejudique o essencial do país. Impostos devem ter fim específico, e os sustento da arte não é, a mer ver, uma destas essencialidades.

Vale dar uma lida no e-mail todo. Zé Rodrix agora tem um fã!

Uma coisa é uma coisa...

Quando você baixa o cassete é repressão, quando eu baixo o cassete é democracia, entendeu?

ANTIAGO - Chilenos mobilizados contra o governo transformaram a capital em cenário de confrontos com a polícia, no que esperam ser o maior protesto desde a ditadura de Augusto Pinochet. Jatos d`água e bombas de gás voltaram a tomar as ruas de Santiago nesta quarta-feira durante a marcha convocada pela Central Unitária de Trabalhadores (CUT), deixando dezenas de feridos, entre eles o senador socialista Alejandro Navarro, que foi atingido por um policial. Os sindicalistas cobram mais igualdade social e mudanças no modelo econômico, em mais um episódio da crise de popularidade que abala a administração de Michele Bachelet, eleita presidente há apenas um ano e meio.

27 agosto 2007

Conclusão óbvia

Dado que:

1 - O Brasil é o mais belo lugar do universo

2 - O Brasil tem o mais fértil solo da galáxia

3 - Não há, nos confins do universo, lugar mais maravilhoso que o Brasil

4 - O Brasil tem o povo mais maravilhoso, inteligente e culto de todo o sistema solar

Só podemos concluir, dada a nossa situação atual, que:

O Brasil é o país mais azarado que existe em todo universo

I miss Aruba

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Vai encarar?

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Iguana em Aruba

26 agosto 2007

Bunch of crap!

Egoistic Charity

As for those who simply cannot work, free societies have always provided numerous forms of private aid and philanthropy outside the market: charitable organizations, benevolent societies, and the like. In this regard, let us be clear that there is no contradiction between egoism and charity. In light of the many benefits we receive from dealing with others, it is natural to regard our fellow humans in a spirit of general benevolence, to sympathize with their misfortunes, and to give aid when it does not require a sacrifice of our own interests. But there are major differences between an egoist and an altruist conception of charity.

For an altruist, generosity to others is an ethical primary, and it should be carried to the point of sacrifice, on the principle: give until it hurts. It is a moral duty to give, regardless of any other values one has; and the recipient has a right to it. For an egoist, generosity is one among many means of pursuing our values, including the value that we place on the well-being of others. It should be done in the context of one's other values, on the principle: give when it helps. It is not a duty, nor do the recipients have a right to it. An altruist tends to regard generosity as an expiation of guilt, on the assumption that there is something sinful or suspicious about being able, successful, productive, wealthy. An egoist regards those same traits as virtues, and sees generosity as an expression of pride in them.

25 agosto 2007

Cores vibrantes


Quando vi esses pimentões numa feirinha de Genebra, tive que tirar uma foto!

Achei as cores tão vibrantes.

22 agosto 2007

Aversão ao capitalismo

Acho que seria possível escrever um livro com os exemplos diários que os brasileiros dão da sua aversão ao capitalismo e ao livre mercado.

Vejamos uma reportagem sobre taxa de juros na compra de carros:

RIO - Incentivados pelas financeiras, vendedores de automóveis oferecem aos compradores financiamento com altas taxas de juros, sem que o consumidor saiba que poderia pagar bem menos ao mês. Como recompensa, os vendedores recebem bonificações em dinheiro ou produtos como televisões ou equipamentos de som. A sobretaxa tem até um nome: retorno, ou Fator R.

Ora, em toda a negociação existe a possibilidade de que um dos lados pague mais do que o outro esperaria receber. O repórter que escreveu esta notícia pode ter recebido uma proposta de salário superior ao que ele estaria disposto a receber. Ele estaria sendo desonesto com seu empregador?

Digamos que a financeira esteja disposta a operar com uma taxa de juros mensais que varie entre 0,6% e 0,99%. Claro que, se ela simplesmente disser isso para o vendendor, este, procurando maximizar suas vendas, irá sempre propor a taxa mais baixa de financiamento. As alternativas para a financeira seriam:

1) Adotar somente a taxa de 0,99%. Isso seria um problema pois alguns negócios poderiam ser perdidos com clientes que estariam dispostos a pagar uma taxa de juros de 0,70% que ainda está acima da taxa de juros que a financeira considera interessante.

2) Adotar somente a taxa de 0,6%. Isso seria um outro poblema pois a financeira deixaria de ganhar daqueles clientes que estariam dispostos a pagar até 0,99%.

Como resolver isso? Operando com uma faixa e dando incentivos para que os vendedores tentem sempre usar o topo da faixa.

Para nós, claro, que fomos doutrinados a achar o lucro (alheio, claro) o mais mortal dos pecados (ver os comentários da notícia) isso é um ato desonesto, comparável ao roubo de dinheiro público dos políticos corruptos. Os cidadãos clamam pela ação do PROCON para que o seu lucro sobre a financeira seja garantido pela coerção.

Se é genético ou se é culpa da água eu não sei mas o anticapitalismo corre solto na veia dos brasileiros.

21 agosto 2007

Pesquisa faz-me-rir

O JN divulgou uma pesquisa da UFF segundo a qual "a elite brasileira é a classe que tem os valores mais democráticos e uma tolerância menor com a corrupção."

RÁ!

Este resultado, baseado em questionários, reflete mais hipocrisia que qualquer outra coisa.

Não passa nem no smell test.

Metrô

Rio de Janeiro, 19:15. Metrô parcialmente cheio, nenhum idoso, gestante ou portador de necessidades especiais presente. Mesmo assim havia dois bancos laranjas vazios.

Isso que dá nego não saber a diferença entre PREFERENCIAL e EXCLUSIVO.

Muito complicado

Por que não me empolgo com esses movimentos oriundos da nossa classe média? Não é porque eu ache que lhe falte legitimidade, claro! O problema é que nossa classe média, com as raras e honrosas exceções, carece de uma formação intelectual mínima. Não que eu pense que qualquer médico ou engenheiro tenha que sair por aí citando escritores e coisas do tipo, não. O problema é que nossa classe média não tem noção de como as coisas funcionam, não quer saber e tem raiva de quem sabe.

Certa vez vi o Delfim Netto dizer num programa de TV que a sociedade tinha que escolher que tipo de país ela queria. Ele tinha razão. Não dá para sair gritando "Xô, CPMF!" e apoiar medidas que só fazem gerar rombos nos cofres públicos.

Veja os comentários nesta reportagem sobre a licença maternidade. Veja quantas pessoas acham que é obrigação do Estado lhes dar licença para que cuidem dos seus pimpolhos. Pior: veja que as maioria das pessoas ignora ou não se importa com a origem dos recursos para custear o benefício. Uma chegou a dizer que os impostos bancam a corrupção logo não teria problema bancar o benefício. Ou seja: às favas a moralidade! Nos locupletamos todos!

19 agosto 2007

Bullshit generator

Sem querer ser cínico, isso aqui é a mais pura verdade.










Peguei aqui.

Economia real?

O contrário de "economia real" seria economia "virtual" ou "imaginária"?

Por que não vejo esses termos nos blogues de economistas que eu costumo visitar?

Eu hein...

18 agosto 2007

Para-atletas

Ótimo texto sobre os para-atletas.

Outra coisa interessante: observando um pouco a cultura americana (pela qual tenho uma admiração inegável) percebi que a expressão LOSER não é usada para desmerecer aquele que perde sua batalhas, mas sim aquele que nem as enfrenta, o quitter, que não encara seus desafios de frente.

Algumas cenas, mesmo em filmes-pipoca, são marcantes pela mensagem que passam de forma incrivelmente clara e sem ambigüidades. No filme "My best friends's wedding", a personagem vivida por Julia Roberts arma uma pequena armadilha para que sua rival pague um mico num bar de karaokê diante do noivo. Claro que a performance da noiva foi ua catástrofe mas ela se deixou levar pela brincadeira e no final o bar todo estava no clima, o noivo ainda mais apaixonado e a personagem de Julia Roberts percebendo, ali, que tinha perdido a parada.

Aqui está a cena (você não adoram o Youtube?):

Vantagens de ser Ministro?

Sobre Elvis Presley:

Discordo que Elvis Presley seja o rei do rock. Ele não compunha e não tem uma obra relevante como os Beatles e os Rolling Stones, por exemplo. Era um grande intérprete, uma espécie de ídolo da maioria silenciosa, um cantor romântico com um repertório duvidoso. Não à toa, dedicou boa parte de seus anos entre 1968, quando voltou a cantar, até 1977 a espetáculos em Las Vegas, a capital do mau gosto, do jogo e da caretice americana.


Sobre Giberto Gil:

Fim de semana off rock. Em termos, porque o maravilhoso show de Gilberto Gil que vi sexta no Circo Voador tem a maior pegada de rock. Aos 65 anos, o mestre tropicalista está cheio de disposição. Tocou violão e guitarra, dançou, gritou e tocou duas horas no maior pique para um público que comeu na sua mão, obedecendo todas as ordens de fazer úú áá e o que mais mandasse.

Eu apóio

Apóio a realização de qualquer movimento que não se imponha pela força e que não deprede patrimônio alhieo, até mesmo um "Lula é 10!"

Todos têm o legítimo direito de manifestar descontentamento com qualquer situação que seja.

Não lembro de nenhum artigo na nossa constituição que atribua mais direitos a quem é pobre ou que retire direitos de quem é rico. Ou vice-versa.

Agora participarei ativa e entusiasticamernte de qualquer movimento que tenha o slogan:

"Cansei de ser brasileiro!"

Wikipedia

A idéia de ter um repositório de informações onde cada um pode colaborar soa atraente. Se desconsiderarmos o fator bias.

Um artigozinho de nada pode ser uma armadilha para os menos precavidos.

Um exemplo: estava procurando informações sobre a famosa foto da menina vietnamita atingida pelo napalm lançado por "soldados americanos" na Guerra do Vietnam [volto a esse ponto depois] e encontrei um artigo na Wikipedia, em português, que falava sobre o conflito. Alguns trechos interessantes:

O envolvimento dos EUA no conflito teve como pretexto um ataque norte-vietnamita aos seus navios USS Maddox e USS C.Turney Joy enquanto patrulhavam o golfo de Tonquim, em Julho de 1964. Hoje em dia especula-se que o ataque tenha sido uma ação do governo norte-americano usada como pretexto de intervir no Vietnã.

Como é? "Especula-se"? Quem especula? Nem um link sequer apontando um site onde possamos ver os motivos dessa especulação?

Outro:

A URSS e a China forneceram ajuda material ao Vietnã do Norte e ao FLN, mas não tiveram participação militar activa no conflito.

Claro, tudo gente boa!

Vamos agora à Britannica:

On August 2 the destroyer USS Maddox was attacked by North Vietnamese torpedo boats while on electronic surveillance patrol in the Gulf of Tonkin. The preceding day, patrol boats of the South Vietnamese navy had carried out clandestine raids on the islands of Hon Me and Hon Nieu just off the coast of North Vietnam, and the North Vietnamese may have assumed that the Maddox was involved. In any case, the U.S. destroyer suffered no damage, and the North Vietnamese boats were driven off by gunfire from the Maddox and from aircraft based on a nearby carrier.

E sobre os camaradas:

Chinese communist leader Mao Zedong strongly supported the North Vietnamese offensive and promised to supply weapons and technical and logistical personnel. The Soviets, though now openly hostile to China, also decided to send aid to the North.

Ah, voltando ao que originou minha pesquisa, vi hoje um psicanalista falando sobre a tal foto da menina que - citando de cabeça - "mostrava o horror da ação dos soldados americanos". Aquilo ficou ricocheteando na minha cabeça porque eu já tinha lido algo sobre o assunto. Eis que encontrei a narrativa dos eventos daquele dia com essa conclusão:

The story of the heart wrenching "Napalm Girl" photograph was accurately and in detail reported in the immediate aftermath of the incident. The news agency and newspaper stories, including those of Peter Arnett and Fox Butterfield reported independently that the incident was involving only Vietnamese and happened during an all-Vietnamese fight. The only foreigners, among them also Americans, were the reporters on the scene.

The airstrike had been requested by a commander of the Vietnamese 25th Army Division and was provided by the exclusively Vietnamese co-ordinated and controlled 518th Vietnamese Airforce Squadron (VNAF), with
Vietnamese pilots in the cockpits. Unlike in previous years of the war both the ground units and the Airforce Squadron had no U.S. advisors attached to them anymore.

In June 1972 the "Vietnamization" of the war had been almost completed and most American fighting forces and men had been withdrawn. By March 1973 all US combat forces had left Vietnam and the Vietnamese fought on their own, until defeat in 1975.

Since the war ended in 1975 the Vietnam war myth was created that the air-strike was in fact ordered, co-ordinated or even flown by American commanders and pilots. In 1996 a former U.S. Army captain (John Plummer, now a Methodist minister) even claimed and "confessed" to have taken part in the air-strike, later only claiming to have ordered the attack. His claim was thoroughly investigated and discredited a year later. He had lacked authority to communicate with the Vietnamese Airforce at the time of the incident.

15 agosto 2007

Mais crise imobiliária

Neste post comentei o fato de a colunista de economia do Globo achar que só ela e mais uma meia dúzia de iluminados sabiam que o mercado imobiliário poderia entrar em colapso, menos os bancos, esses tolinhos.

Este post no blog do Adolfo Sachsida explica porque, passada essa crise, a próxima poderá ser ainda pior:

Deixe-me explicar o significado disso: nos últimos anos vários bancos sabiam do risco de financiar créditos imobiliários nos Estados Unidos. Alguns deles foram precavidos e não se expuseram tanto ao risco, evidentemente tiveram lucros menores. Outros bancos foram muito mais audaciosos do que a prudência recomendaria, e obtiveram maiores lucros por esse comportamento. Quando a crise imobiliária se materializou os bancos precavidos pouco ou nada perderam. Já os bancos audaciosos iriam perder muito (TALVEZ até mais do que haviam ganho antes). Contudo, quando os bancos centrais aumentam a liquidez do sistema eles estão, de maneira indireta, privilegiando os bancos que foram irresponsáveis, em detrimento dos bancos que foram prudentes. Ou seja, a longo prazo a melhor estratégia para os bancos será sempre assumir um risco maior do que o recomendado, pois em última instância poderão contar com o auxílio dos Bancos Centrais.

Será que, diante da certeza de que não haveria socorro dos bancos centrais, os bancos seriam tão generosos ao distribuir crédito imobiliário?

O mais engraçado é que, no final das contas, as tais falhas do mercado sempre têm uma colaboraçãozinha do Estado para se agravarem.

Acho que agora vai

Finalmente uma figura competente e preparada pode finalmente dar um jeito nessa bagunça que era o setor aéreo nacional.

Logo percebi o comprometimento do novo Ministro da Defesa quando ele apareceu, ora com capacete, ora com farda, ora vestido de Harry Potter...

Nosso Ministro da Defesa está trabalhando como nunca para que a principal causa dos nossos problemas seja resolvida de uma vez por todas: o tamanho da poltrona dos aviões! (link via Xará)

Poderemos até nos espatifar, mas confortavelmente instalados...

14 agosto 2007

Democracia

Um bom texto no MSM.

Não devemos nos iludir: uma nação é livre não porque elege os seus representantes pelo voto direto, mas porque os direitos naturais universais dos seus indivíduos – vida, liberdade e propriedade - estão todos devidamente protegidos e prevalecem sobre quaisquer leis humanas. A democracia não é um valor social ou moral inquestionável, um fim a ser alcançado, como pretendem alguns. Ao contrário, ela é somente um meio, o menos pior dos sistemas de governo até hoje experimentados.

13 agosto 2007

HueHueHueHueHue

Essa gargalhada "internética" é para tentar mostrar minha reação ao ler isso:

Um amigo antigo de Lula conta que em poucos episódios o viu tão abatido. Diz que ele repetia um bordão nos dias posteriores à tragédia. "Nada do que a gente fizer vai resolver o principal: devolver a vida a essas pessoas".

De acordo com esse amigo, Lula lida mal com a morte. Dois episódios contribuiriam para isso. No ano de 1971, a primeira mulher, Maria de Lourdes, grávida de sete meses, chegou ao hospital com hepatite. Suposta negligência no atendimento resultou na morte dela e do bebê. Quando a mãe de Lula morreu, em 1980, ele estava preso devido a greve no ABC. Foi liberado pelo então delegado Romeu Tuma, hoje senador pelo DEM de São Paulo, para acompanhar o velório e o enterro. Depois, retornou ao Dops, órgão de repressão política da ditadura militar.

A tragédia da Airbus da TAM e a lembrança das mortes da primeira mulher e da mãe teriam deixado o presidente algo paralisado em alguns momentos.

HueHueHueHueHue

Nessa até mesmo o Lula deve ter reclamado:

- Pô, Kennedy! Vai com calma que assim você machuca meu saco...

HueHueHueHueHue

E pensar que, pela lógica do Estadão, essa figura tem mais credibilidade, por exemplo, que o meu xará!

Crise imobiliária

Hoje tive que ouvir a "especialista" em Economia do Bom dia Brasil dizer que os bancos não esperavam o crash. Claro, claro. Deveriam ter lhe perguntado, já que ela sabe tudo de Economia.

Ora minha cara especialista, é claro que eles sabiam que, cedo ou tarde, a parada iria feder! Mas eles também sabiam que o bondoso governo iria socorrê-los. Assim temos o modelo de investimento dos sonhos de qualquer banqueiro: lucros privados e prejuízos públicos.

12 agosto 2007

Medicina socializada

Depois daquele post onde eu linkei um texto do Fred Reed sobre sistema de saúde, aqui vai um do magistral Walter Williams. Como eu disse naquela ocasião, a solução está longe de ser a canadense. Neste texto podemos ver algumas intromissões governamentais no sistema de saúde americano que qualquer pessoa de bom senso (nem precisa ser economista) percebe que vão causar problemas.

Coloco aqui um trecho para quem pensa que algo importante como a saúde não pode ser fornecido pelo mercado:


Do we want the government employees who run the troubled Walter Reed Army Medical Center to be in charge of our entire health care system? Or, would you like the people who deliver our mail to also deliver health care services? How would you like the people who run the motor vehicles department, the government education system, foreign intelligence and other government agencies to also run our health care system? After all, they are not motivated by the quest for profits, and that might mean they're truly wonderful, selfless, caring people.

Será que não existem sistemas que funcionam satisfatoriamente, operando entre os dois extremos?

Diferenças

Pode ser que quem esteja vaiando Lula e metendo o pau no PT hoje se torne simpático àqueles mais à direita no espectro político.

Mas cuidado!

É preciso prestar bem atenção no que se diz por aí.

Este trecho da coluna de hoje do João Ubaldo no Globo (sem links, sorry) é um bom exemplo:

Por que se é obrigado a silenciar diante de um governante que rompeu tão radicalmente com seu passado, e, em última análise, serviu-se do ex-grande partido que criou — e ainda se servirá, se precisar, embora já tenha sido flagrado dando a impressão de que considerava o PT um estorvo às vezes bem chatinho? E por que nós nos devemos omitir, para não sermos reacionários? Primeiro, ser reacionário é um direito. E, mesmo que não fosse, esse governo é que é reacionário, a começar pela sua “política social” assistencialista, legado monstruoso que perdurará por gerações, com conseqüências imprevisíveis. Não há o que mostrar nesse governo que não possa ser considerado reacionário ou conservador, das práticas políticas à condução das grandes questões nacionais.

1) Dizer que Lula rompeu com seu passado é admitir que algum dia ele foi um bom rapaz bem-intencionado mas que foi corrompido pelo poder. Bull!

2) Percedo ainda uma tentativa de salvar a imagem do PT, colocando como uma vítima que foi passada para trás quando Lula tomou o poder.

3) Para finalizar, uma declaração largada no meio de uma frase que associa conservadorismo à pilantragem que aflora no governo Lula.

É incrível como, quanto mais podre a esquerda se revela na política, mais ela dá um jeito de jogar nas costas da direita ou dos conservadores as responsabilidades dos seus atos.

É incrível como, para muita gente, se parece gato, mia como gato e tem cheiro de gato, é claro que é um cachorro!

Vamos salvar o Al Gore!

Outra via Tambosi:



E outra gracinha:

Blogues chutando na canela

O Selva Brasilis:

Tais especialistas se reproduzem na selva como fungos em matéria em decomposição porque o Brasil é um país sem cultura, com nível educacional abaixo da crítica, onde a única opinião possível, assumida a priori como a tecnicamente correta, é monopolizada e controlada por asseclas e/ou empregados dos partidos de esquerda. É preciso adicionar que a preponderância do pensamento de esquerda também se deve a quase inexistência de pessoas educadas que tenham coragem de enfrentar essa supremacia cultural. A selva é um país tão miserável que nem mesmo uma guerra cultural é possível.

O Jus Sperdinandi (encontrado através do Tambosi):

O Brasil é um país de gente estranha. Não é um povo muito sério. Pelo contrário, em certos aspectos, chega a ser leviano. Casos de tolerância injustificada são emblemáticos e de certa forma explicam a própria impunidade porque esta, de um fato menor e aparentemente irrelevante, se projeta para outros de maior gravidade e não nos assusta mais.

JP Coutinho

Para mim, um dos melhores colunistas da mídia brasileira. Mas ele é português e vive em Portugal. É de lá que presenteia com seus textos na Folha.

Existe uma diferença entre acreditar em tudo, acreditar em alguma coisa e não acreditar em coisa alguma.

Essa diferença tem sido ignorada desde o 11 de setembro de 2001 e Nick Cohen, jornalista britânico e um homem de esquerda, enfrenta o problema em livro recente ("What's Left? How Liberals Lost Their Way"): com a queda do Muro de Berlim em 1989 e o triunfo das economias de mercado sobre as variantes planificadas que apenas produziram miséria e tirania, as consciências "liberais" (ou seja, as consciências mais à esquerda) procuraram uma nova bandeira que as servisse. A bandeira foi rapidamente encontrada e erguida contra os Estados Unidos, independentemente dos atos praticados por Washington.

Se os Estados Unidos não agiam (como sucedeu, ao início, com os dramas do Timor antes da independência), Washington era acusado de isolacionalismo criminoso. Se os Estados Unidos agiam (como sucedeu no Afeganistão contra uma quadrilha reconhecidamente fanática), Washington era acusado de intervencionismo criminoso. Por ação, por inação -- o Mal tinha sempre nome e endereço.

E se falamos de Mal, falamos de Bem por contraste. Para Cohen, a falência do "socialismo real" não implicou apenas a demonização da América. Implicou a tolerância, e muitas vezes o apoio explícito, a ditadores ou terroristas que muito apropriadamente não falavam inglês. Contra a América, Saddam servia. Contra a América, o Taleban servia. Contra a América, Bin Laden servia. Porque os inimigos dos meus inimigos, meus amigos são. Ou não?

Nick Cohen recusa essa idéia infame e termina o ensaio com pergunta curial e até pessoal: como podem estas esquerdas recuperar a decência, depois da longa dança com ditadores e torcionários? A resposta, sem grande imaginação, talvez passe por separar as águas. Ou, mais especificamente, por não deitar fora o bebê com a água do banho.

Eta povinho...

Acabo de ler no site da Folha que a Marta Suplicy tem 24% das intenções de voto e ocupa a segunda colocação, atrás de Geraldo Alckmin (30%), na corrida para a Prefeitura de São Paulo.

Nada explica o que se passa na cabeça deste povo!

11 agosto 2007

Isso é que é prazo de validade!

Muro cai no Engenhão

Por que eu não sou um libertário

Este artigo do Fred Reed levanta as mesmas questões que habitam minha cachola atualmente:

Now, what do we do with people who have obeyed all the fabled American rules, who have worked, perhaps at pathetic wages and no benefits, and never cheated, and been honest citizens, and then the bottling plant went to China and they’re old and have nothing? What?

We could be good social Darwinists and let them rot. They are not cutting edge people, not Verilog mechanics or optical engineers or hedge-fund managers. Who needs them? All right. If this is your position, say so. Look me in the eye and say, “Screw’em. I don’t care what happens to them and I’m not going to spend a red cent on them.” Say this, and I will understand you.

An obstacle to thought here is that the people in the editorial suites and cocktail parties are twiddlers of abstractions. Waving a shrimp speared on a toothpick, holding a glass of vintage Sobriquet, they speak of second-order supply side multiplier effects of marginal increases in labor costs and what Burke and Adam Smith said. You’ve seen their websites: “Rothman on Kleinfelter.” “Kleinfelter on Fergweiler.” “Fergweiler on Theftwunkel.” Intellectual sparring is their world.

It’s different to Mary Sal Wooten in a decaying trailer somewhere on 301 South, with her retinas peeling like wallpaper from diabetic retinopathy, ankles swollen and darkening toward gangrene, and the hospital won’t take her because it isn’t an emergency and she can’t afford her medicine. Really, truly no-shit can’t afford it.

What do we do with people like her? People who just flat can’t handle the complexity of today’s world? It seems to me that anyone who wants to think about socialized medicine has to answer that question before starting.

Será que em pleno Século XXI não temos, como civilização, a resposta para um problema deste tipo? Está claro que a solução canadense não funciona, mas a americana também não. Não seremos capazes de encontrar um meio-termo?

E também concordo com isso:

What other solutions are available? Many say, “It’s a job for private charity.” This is another way of saying, “Screw’em, I ain’t paying a cent.” Yet others say cut taxes and the resulting economic boom will lift all boats. This is another way of saying, “Screw’em, I ain’t paying a cent.”

10 agosto 2007

Os pobrinhos

A coisa mais curiosa é aquele que analisa o comportamento dos "pobrinho" usando um conceito de "pobre" típico de quem acredita no conceito de castas. Ele diz que Lula está bem na fita, apesar dos escândalos sucessivos do seu governo, porque a vida dos pobres está melhor.

Trocando em miúdos: o pobre, se pintar dinheiro na jogada, vende até a mãe, certo?

Esqueçamos que os meios de comunicação de massa, praticamente sem exceção, jamais fazem um ataque direto ao Lula e jamais tentam desfazer a imagem de homem humilde e trabalhador.

Os pobres não apóiam Lula apenas porque ele lhes dá um bolsa-família. São declarações como essa que fazem uma certa classe média, que se acha uma raça superior, merecer ser governada pelo Supremo Apedeuta. Como se o pobre - vale lembrar que pobreza e riqueza não são fatores genéticos ou culturais, mas apenas condições financeiras - tivesse uma moral diferente e que estivesse disposto a abrir mão de qualquer princípio por uns trocados.

Isso é praticamente endossar o ideário que sustenta a luta de classes.

Os pobres apóiam Lula porque este sempre dá um jeito de sair ileso dos escândalos, com ajudinha dos meios de comunicação. Os mesmos meios de comunicação que o Estadão acredita ter mais credibilidade que um blogueiro.

Existe um motivo para os candidatos a tirano voarem em cima dos meios de comunicação de massa: para muita gente, o Jornal Nacional e o jornal Extra é a única fonte de informação do dia a dia.

No dia em que os meios de comunicação de massa - sonha Cláudio! - mostrarem a verdadeira face de Lula e seus comparsas ele não se elege nem mesmo para síndico de prédio novamente. Com bolsa família e tudo mais...

Estadão vs. Blogs

Então o Estadão está partindo com tudo para cima dos blogueiros, usando uma campanha que levanta a falta de credibilidade daqueles que escrevem suas bobagens na Internet.

Bom, um jornal não gastaria a grana que parece estar gastando se a tal blogosfera já não representasse uma pedrinha no sapato. De fato, a credibilidade e reputação de muitos colunistas vêm despencando depois que qualquer Zé Mané pode provar por A + B que seu texto é um lixo.

Tenho que concordar que credibilidade é tudo para um veículo de comunicação. Por isso quero contribuir com a luta do Estadão e sugerir outras peças de campanha, além das já existentes:





A união faz a força

Estamos cansados de ouvir isso, mas ver búfalos praticando é demais!



Peguei no site do Reinaldão.

09 agosto 2007

Não vejo contradição

O Pedro viu uma contradição no fato de constar no contrato que rege a compra do WSJ por Rupert Murdoch uma cláusula impedindo o comprador de interferir minimanente na linha editorial da publicação.

Não compartilho da mesma opinião.

Seria um absurdo se o pessoal do WSJ agisse junto aos seus congressistas para que estes passagem algum tipo de lei, forçando Murdoch a agir de acordo com a agenda dos escritores.

Se os termos foram colocados no contrato e Murdoch os aceitou, isso é liberalismo em plena forma, afinal de contas, num contrato sempre uma das partes vai ceder algo, até mesmo sua liberdade ou propriedade, se ela assim desejar. Por exemplo, quando assinei meu contrato de trabalho com minha empresa aceitei abrir mão da minha liberdade durante 8 horas dos meus dias úteis para agir de acordo com os interesses dela. Em contrapartida, a empresa aceitou abrir mão de uns poucos caraminguás e passá-los para minha conta bancária.

Calvin

Depois de escrever o post anterior, fui atrás de algumas tiras do Calvin, por mera curiosidade (preciso comprar isso!). Achei duas muito boas sobre autoestima:


Se a realidade me contradiz...

Que se mude a realidade, então!

Uma escola so sul país criou um interessante programa de "incentivo" para que seus alunos não falem palavrões: a cada palavrinha suja, o aluno tem que pagar uma multa de R$0,10.

Como todo veículo jornalista sério, o portal G1 catou a dedo especialistas isentos para opinarem sobre a medida.


Ana Bock, que é professora de psicologia educacional da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e presidente do Conselho Federal de Psicologia, criticou o recurso. “Essa medida é quase uma bobagem, porque tira a espontaneidade do aluno. A escola perdeu a oportunidade de usar essa questão num trabalho realmente pedagógico e escolheu o constrangimento dos estudantes. Poderia ter feito um debate sobre palavrões na aula de português, por exemplo”, diz.

Calma, que tem mais especialista:


Mesmo com o impacto na mesada, para a psicóloga especialista em educação Marta Bitetti, a medida só ataca o bolso dos pais. “Nessa faixa etária, quem tem o dinheiro não é o adolescente ou o pré-adolescente. Quem vai pagar são os pais. A punição tem de estar diretamente relacionada com o que se quer ensinar”, afirma.

Essa aqui é a radicalzona:


“Castigo nenhum dá certo. Sentir a conseqüência de ato é o único caminho que serve para mudar o comportamento. Talvez, o colégio queria corrigir com boa intenção, mas isso não é para ser levado a todas as escolas. Pode ter dado certo circunstancialmente”, diz Maria Irene Maluf, presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp).

Parece que a opinião dos especialistas é realmente unânime:


A idéia unânime dos especialistas ouvidos é que a escola poderia pensar uma outra forma de agir. “Mesmo que os jovens estejam falando muito palavrão, porque não acolher e fazer um trabalho de interpretação do que estão falando?”, questiona a especialista em educação e psicanalista Maria Luiza Andreozzi. “Se a norma não levar em conta um processo interno, as pessoas vão ter de ser punidas cada vez com uma multa maior.”

Trata-se de uma medida descabida e ineficaz, certamente. Vamos comprovar isso consultando aqueles que estão sujeitos às tais multas:


No começo da aplicação da multa, alguns alunos se sentiram desconfortáveis, mas, segundo Gabriel Luiz Brueckheimer Bretzki, 16, estudante do segundo ano do ensino médio, o comportamento melhorou. “Aos poucos a idéia foi sendo mastigada e compreendida. O pessoal ficou com medo de ter que entregar a mesada inteira”, conta. Ele mesmo foi punido uma vez, quando errou um exercício e soltou um palavrão irritado.

Uma voz solitária? Talvez haja mais alguém...


Ananda Roper, 13, estudante da 7ª série do ensino fundamental é uma que parece ter entendido o ato simbólico da multa. “O valor não é muito importante. Palavrão é uma falta de respeito. Tem gente que fica bravo, tem gente que fica triste”, afirma.

Esses especialistas realmente são uma coisa de outro mundo. Em sua homenagem reproduzo aqui uma tirinha do Calvin que eu faço questão de guardar até hoje:


Calvin, o Especialista (clique para aumentar)

07 agosto 2007

E ela segue despencando...

Quem já teve a chance de ver uma entrevista da Bachelet pôde perceber que dali, na melhor das hipóteses, não sairia nada.

O resultado esta aí.

Se em seu primeiro ano de gestão Bachelet conseguiu preservar a imagem, nos últimos meses a situação mudou drasticamente. Segundo pesquisa realizada pela empresa de consultoria Adimark, atualmente 42,8% dos chilenos estão insatisfeitos com Bachelet, contra apenas 41,5% que a aprovam. É o percentual de aprovação de um presidente mais baixo da história da Concertação chilena.

05 agosto 2007

Novas áreas de estudo

Depois de tomar conhecimento da etnomatemática, fiquei pensando se não existiria uma etnofísica:

A física branca elitista e conservadora diria:

"Dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço ao mesmo tempo."

A etnofísica refutaria:

"A não ser que o espaço seja um camburão e os corpos sejam de afrodescendentes."

Assim fica difícil

Por mais que se queira ter alguma esperança - e eu não tenho nenhuma - de ver a classe média pelo menos esboçando alguma reação ao panorama geral, é preciso que reconhecer que ela não será nunca solução enquanto for parte do problema, ou seja, enquanto jogar nos termos da esquerda.

Com os cabelos loiros e impecavelmente alisados, a empresária e estilista Patricia Guizzardi, 37, recusava ser chamada de representante da "elite branca" (expressão cunhada pelo ex-governador Claudio Lembo). "Eu acho esse comentário até racista. Sou povão. Passei dez carnavais seguidos no Rio de Janeiro, sambando no meio de negros."

Se ela tivesse parado no "Eu acho esse comentário até racista" estaria perfeito, mas não! Ela tinha que ser povão, pobrinha. O encerramento, se referindo aos dez anos de carnaval sambando "no meio de negros", foi patético.

Problem Solving Flowchart

Ontem procurei por este flowchart para ilustrar o post sobre o mundo empresarial mas não usei as palavras corretas no Google. Como sou brasileiro e não desisto nunca, aqui está:

Problem Solving Flowchart

04 agosto 2007

O mundo empresarial

No Selva vejo uma reportagem afirmando há maus chefes que recebem promoções em vez punições.

Honestamente, após vinte anos trabalhando em empresas nacionais e multinacionais, a conclusão à que chego é: isso é regra e não exceção.

Vou tentar fazer um resumo do que eu tenho observado:

Basicamente existe um corpo técnico responsável por fazer as coisas acontecerem, um time gerencial responsável pela coordenação e um time executivo responsável pelas estratégias.

O corpo técnico, que faz as coisas acontecerem, em geral possui a seguinte distribuição de profissionais:

1) Competentes
2) Medianos
3) Inexperientes ou fracos (carrgadores de piano)

Se a empresa vive numa disputa normal (isto é, sem ajuda do governo) ela procura pagar aos seus técnicos do grupo 1 o melhor salário que o mercado permite. O técnicos do grupo 2 ficam naquela faixa nebulosa e os do grupo 3 recebem uma mixaria.

O problema começa quando surge uma vaga gerencial. Obviamente para empresa seria melhor recrutar um profissional dos seus quadros em vez de um estranho. Aí começa o dilema,: em toda a minha vivência profissional, as chances do cargo ser ocupado por um profissional mediano são as maiores. Isso por dois motivos básicos (não necessariamente simultâneos):

1) A empresa, caso tenha um quadro técnico enxuto, teme perder um profissional capacitado que faz as coisas acontecerem. Isso acontece quando a empresa aposta na manutenção do técnico insatisfeito mesmo tendo ele perdido a promoção (caso, por exemplo, o salário seja bem superior ao do mercado).

2) A empresa, para aproveitar a chance de efetuar um corte de custos, quer que a pessoa assuma o novo cargo sem nenhum acréscimo salarial. É muito mais fácil um profissional mediano ou ruim aceitar uma oferta dessas (já que seria, para todos os efeitos, um reconhecimento) que alguém que já é reconhecidamente um destaque na sua posição.

Uma vez que um mau ou mediano profissional assuma um cargo ele sente aquela necessidade de demonstrar que merece a confiança que lhe foi depositada. Acontece que ele não tem capacidade para agregar nada (detesto essa expressão mas aqui não tem jeito) ao negócio. Tudo que ele sabe fazer é ser um capataz que força seus subalternos a seguirem as ordens superiores. Tudo que lhe resta é microgerenciar: se ater às miudezas do dia-a-dia, enconomizar clipes, papel, etc. E também, claro!, para aqueles capatazes de baixa auto-estima, nada como tornar a vida dos outros um pouco miserável para ver se a sua melhora um pouco.

Existe uma variação do mau gerente: aquele profissional tecnicamente competente que, para obter um aumento de salário (no caso cada vez mais raro da empresa oferecer) ou alguma regalia, acaba correndo atrás do cargo. É o clássico caso de "perder um ótimo técnico e ganhar um péssimo gerente". A empresa o nomeia mais como prêmio ou medo que ele saia da empresa desapontado, que por merecimento. O novo gerente, sem a menor vocação para a coisa, acaba se envolvendo em assuntos técnicos e sendo uma nulidade no quesito coordenação, o que faz de sua área um verdadeiro caos.

Ok, errar é humano e uma promoção dessas é um erro. Mas podemos consertá-los.

Sim, poderíamos mas estas decisões são tomadas por gerentes de níveis superiores que foram agraciados por Deus com o talento de nunca fazerem merda. É mais fácil um camelo passar num buraco de agulha que ouvir de um gerente sênior a expressão "Fiz merda!".

Resumindo, não há muita diferença entre o ambiente político e o das grandes corporações. Cada gerente cuida da sua área como se ela fosse seu feudo. A diferença é que na política quem arca com os prejuízos são os pagadores de impostos, enquanto que nas empresas são os acionistas.

Reserva de mercado

Sempre que vejo alguém criticando o fato de qualquer um poder publicar na Internet eu sinto cheiro de reserva de mercado...

03 agosto 2007

Sintonia

Hoje o Reinaldo Azevedo escreveu isso:

Ela foi a base social da Revolução de 1930; da pressão que resultou no fim do segundo Getúlio; foi o esteio do Regime Militar de 1964; foi quem pressionou pela redemocratização; elegeu Fernando Collor, FHC e, pasmem!, Lula — e nas duas vezes. Basta analisar o mapa eleitoral para verificar que o petista só venceu a eleição quando ganhou a classe média, aquele terço do eleitorado que antes lhe era refratário.

Em setembro de 2006 eu ecrevi isso:

Esse tal "brasileiro comum" de que vocês falam sempre esteve por aí e o Lula sempre perdeu.

Somente depois que o PT conseguiu seduzir a "classe mérdia" e obteve a quase totalidade - quando não o silêncio cúmplice - do apoio da intelectualidade é que ele conseguiu chegar ao poder.

Não precisa ser gênio para perceber isso.

Aqui não!

Boxeadores cubanos que fugiram durante o Pan são presos em Araruama

Meus caros, aqui no Brasil só recebemos ladrões e fazemos de braços abertos! Aqui ladrão estrangeiro vira celebridade!

Repentinamente xícaras e camisetas com a estampa de Biggs começaram a surgir em pontos turísticos do Rio. Por sessenta dólares qualquer um poderia almoçar e bater um papo com o charmoso anti-herói.

02 agosto 2007

Ajude a África e bla-bla-bla

Motivado pelo meu xará, escolhi uma pessoa no Kiva e fiz meu empréstimo! Felizmente é uma grana que não me faz falta, caso a Sandra Jesus entre em default. Mas torço para receber a grana de volta pois será um sinal de que tudo deu certo para ela.

Agora se você também quer "ajudar a África" (seja lá o que isso signifique) pare de encher o rabo do Bono Vox de dinheiro e ajude um africano real. Os empréstimos começam a partir de 25 dólares e graças ao "Noço" Guia, isso é uma merreca atualmente.

O Banner do site está á direita.

Será que vai vender?

Pensando nas ameaças relatadas no post anterior vou me antecipar e fazer o copyright destas duas estampas. Quando os jovens saírem às ruas do mundo todo para protestar ficarei bilionário com a venda de camisetas!

Mas algo que me diz que este plano tem um furo... :-)

Guess who?

Quem disse isso?

There are terrorists holed up in those mountains who murdered 3,000 Americans. They are plotting to strike again. It was a terrible mistake to fail to act when we had a chance to take out an al-Qa'eda leadership meeting in 2005. If we have actionable intelligence about high-value terrorist targets and President Musharraf won't act, we will.

Dá uma Googleada e você se surpreenderá (ou não).

Cada dia uma versão

O mesmo jornal, analisando o mesmo diálogo, chegou a duas conclusões diferentes:

Ontem:

Dados da caixa-preta do Airbus-A320 da TAM indicam que houve falha humana na tentativa de pouso no último dia 17 em Congonhas, quando 199 pessoas morreram, segundo reportagem publicada hoje pela Folha de S.Paulo, que teve acesso exclusivo aos dados (íntegra disponível só para assinantes do jornal ou do UOL).

Os erros teriam ocorrido na operação de um dos manetes (as alavancas de controle das turbinas), colocado em posição incorreta antes do pouso e no momento da aterrissagem. A hipótese de pane no computador da aeronave, contudo, não está descartada.

Hoje:

A transcrição mostra que os pilotos acionaram os manetes (alavancas de controle de potência das turbinas) na hora certa, tentando desacelerar os motores, mas o avião acelerou. O manete da turbina direita estava em posição errada, mas ainda não se sabe se o erro foi do piloto ou se houve falha no equipamento.

Há que se esperar o resultado do FDR!

01 agosto 2007

Achei que eles iam enrolar mais um pouco

Mas o esquema de segurança do PAN não durou nem uma semaninha após o término do evento.

Provavelmente algumas unidades ainda estão circulando na zona turística, mas do subúrbio, onde a turistada não tem mais razão de ir, ele já deram no pé.

Estão brincando?

É este o trecho da caixa preta que "evidencia" a falha do piloto?

As gravações mostram os últimos diálogos entre os pilotos na cabine do Airbus. "Desacelera, desacelera, desacelera!", disse um deles. "Não dá, não dá, não dá", respondeu o outro. Por fim, a frase já conhecida: "Vira, vira, vira".

A partir deste trecho daria até para dizer que os dois pilotos estavam transando na cabine, menos que o piloto errou ao estabelecer a posição da manete! Há que se esperar o resultado do flight recorder que mantém registro dos diversos sensores da aeronave.