29 abril 2007

Cruel, eu sei

Mas não resisti:

Que bela gravat,a rabino!
- Que bela gratava, rabino!
- Obrrrigado, eu mesma escolhi!

23 abril 2007

Seu funcionário fez cagada?

Demita-o sumariamente!

É melhor que correr o risco de ser processado por assédio moral caso ele se sinta constrangido pela bronca que vier a receber de você.

22 abril 2007

Faço campanha para a Ségolène


Por quê? Ora, é muito simples: porque para francês todo castigo é pouco! :-)

Depois de arrasar com seu próprio país...

... Alguns dos nossos conterrâneos vão terminar o trabalho no país dos outros:

Timberê Villas Boas, 34 anos, preferiu o voto útil para evitar que a esquerda ficasse novamente de fora do segundo turno, como aconteceu em 2002. Sua escolha original recairia sobre Olivier Besancenot ou José Bové, dois dos representantes mais à esquerda no espectro político francês, mas acabou optando pela candidata socialista para evitar um novo fracasso da corrente.

"Ja imaginou nossos netos ouvirem que Sarkosy ou Le Pen foram presidentes da França? Penso que a Ségolène será ótima presidente, e ainda mais por estar muito bem acompanhada pelos demais socialistas e que farão parte do seu governo", disse o motorista paulista de 34 anos. Casado com uma francesa, Villas Boas votou pela primeira vez em uma eleição francesa neste domingo. Ele considera que o país tem se distanciado cada vez mais das políticas sociais que um dia as tornaram o berço dos direitos humanos - na França, chamados de direitos do homem.

Motivação semelhante teve o mineiro Daniel Bredel, 26 anos, que manifestou seu direito em Belo Horizonte, também pela primeira vez. Bredel planeja estudar em Rouen, na França, até o final do ano. Ciente que a comunista Marie-George Buffet não chegaria o segundo turno, optou pela socialista.

"O Sarkozy é o pior de todos, ele defende políticas liberais, ignora os direitos das pessoas, reage de maneira truculenta às manifestações. Aqui no Brasil os liberais já fizeram estragos, mas se acontece algo semelhante na França será muito triste e provavelmente servirá de exemplo para os governantes daqui", analisou.

21 abril 2007

Empreendedorismo

Uma das coisas que me deixam mais chateado é a falsa alegação de que este país não favorece o empreendedor.

Pura mentira e posso provar.

Lembram do "nosso astronauta" Marcos Pontes? Não? Então usem o Google, ora bolas!

Anyway, nosso governo, que tem a vocação para fomentar negócios, gastou uma mixaria para que ele fosse dar um rolé ali no espaço e voltasse. Coisinha pouca mesmo: bancou 7 anos de treinamento nos isteitis e mais uns 10 milhões de dólares pela "missão" espacial.

Voltando do espaço, o que fez o malandro?

Primeiro incrementou sua lojinha virtual, vendendo "presentes com motivo espacial" que obviamente levavam seu nome.

Depois, como ninguém é de ferro, dizem que passou a cobrar uma graninha (dizem que era algo entre 10 e 20 mil pratas) para dar palestras. A procuradoria-geral militar não gostou da conversa mas ele jura de pé junto que não fez nada de errado:

Tudo vai ser esclarecido. Faço palestras, mas graças a Deus, nunca cobrei por elas.

Se era verdade ou não eu não sei, mas ele deu um jeito nisso rapidinho: foi para a reserva e, além de ganhar seu dindim diretamente do governo, vai também descolar um por fora com as palestras e produtos de sua lojinha.

Claro que isso mata de raiva os invejosos:

Já no Ministério da Ciência e Tecnologia e na AEB (Agência Espacial Brasileira), a reação nos bastidores foi de irritação. Pontes não comunicou previamente o pedido de baixa à agência, que bancou seu treinamento de sete anos nos EUA sua viagem ao espaço, de carona numa nave russa Soyuz.

Mas nada disso importa, pois no fundo no fundo, lá no fundo mesmo, nosso astronauta é como todo brasileiro: se preocupa apenas com as crianças carentes.

De Houston, Pontes disse que seu plano é desenvolver "uma instituição para trabalho na área de educação de crianças carentes"

Este empreendedor - e de coração de ouro, ainda por cima - merece cada centavo que nós brasileiros depositamos em seu empreendimento.

São programas de incentivo ao empreendedorismo como este que me dão um baita orgulho de ser brasileiro!

Business as usual in the Wonder City

Mais do mesmo no Rio.

1 - Evento sobre o qual ninguém - ou quase niguém - já tinha ouvido falar mas que, de uma hora para outra, todo mundo virou expert e torcedor.

2 - Trânsito caótico porque - claro! - essa cidade tem a infraestrutura de uma aldeia.

3 - Multidão que não tem a menor idéia do que se passa mas grita, vibra e leva seu cartaz "Galvão filma eu!"

4 - Comentaristas idiotas que ficam exaltando a alegria do "torcedor brasileiro".

E last, but not least:

5 - Área VIP com celebridades as mais diversas, incluindo sambistas, esportistas, atores e tudo mais. Como já falei antes, no Rio até torneio de porrinha tem área VIP.

Sensacional

A selva é um lugar incomum, onde há comunistas chamados Franklin ou Kennedy. É um lugar que precisa ser estudado a fundo.

Só mesmo na Selva Braslilis.

Doido varrido


18 abril 2007

Quer rir?



Agora chora: o voto dela vale o mesmo que o seu! :-)

Oh, não!

Esta foi minha reação quando soube do massacre. Nem tanto pelas vítimas - apesar de lamentar a morte de tanta gente, temos que reconhecer que nosso, aham, probleminha é ligeiramente mais sério - mas pela avalanche de imbecilidades que viriam a reboque.

Tenho me mantido alheio a tudo que se fala na TV e que se escreve nos jornais, mas é impossível evitar, no dia-a-dia, o contato com as pessoas que se convertem em verdadeiras células retransmissoras de asneiras.

Já ouvi - e sei que vou ouvir muito mais ainda - que aquilo foi conseqüencia natural de uma sociedade de endeusa a violência, do estilo de vida competitivo americano, bla, bla, bla, bla...

Acho que aqui no Bananão, quanto menos educação formal tiver e mais alienada for uma pessoa, menores são as chances de sair por aí falando besteira.

11 abril 2007

Mais uma vez, tenho que concordar

Me ocorrem estas reflexões ao saber que o consagrado violinista norte-americano Joshua Bell, de 39 anos, a convite do jornal The Washington Post, aceitou executar composições em uma estação de metrô da capital norte-americana. A idéia do jornal - leio no noticiário on line - era descobrir se a beleza seria capaz de chamar a atenção num contexto banal e num momento inadequado. Para executar sua música, Bell usou um Stradivarius de 1713, avaliado em U$ 3,5 milhões. Ao longo dos 43 minutos em que tocou, mal conseguiu arrecadar 32,17 dólares. Caso se apresentasse no Boston Symphony Hall, os amantes de boa música não hesitariam em pagar 100 dólares por um assento apenas razoável.

A experiência proposta pelo Washington Post mostra, definitivamente, que as pessoas não se emocionam com a grande arte, mas com a pompa que a envolve. De tempos em tempos, temos notícia que foi encontrado um quadro em algum antiquário, avaliado em quatro ou cinco dólares. Surge então um expert e atesta que o quadro é de um algum Van Gogh da vida. Imediatamente sua cotação sobe para milhões de dólares. A pergunta se impõe: o valor residiria no quadro ou na assinatura de quem o pintou? Cultuamos o belo? Ou a griffe?

Bom texto.

09 abril 2007

Indeed

Ou você acredita que o capitalismo encarna valores morais inegociáveis e que ele é a única esperança de dias melhores para a humanidade, ou é mais lógico você desistir logo dele e arrumar uma carteirinha do PSTU.

Carteirinha do PSTU é o fundo do poço.

America

Pouco a pouco vou retomando minhas leituras interrompidas, com o compromisso firmado comigo mesmo de terminar todos os livros cuja leitura deixei pendente.

Um trecho do livro 1776, sobre independência americana.

The Hessian and British troops alike were astonished to find Americans blessed with such abundance—substantial farmhouses and fine furnishings. “In all the fields the finest fruit is to be found,” Lieutenant von Bardeleben wrote after taking a walk on his own, away from the path of destruction. “The peach and apple trees are especially numerous.... The houses, in part, are made only of wood and the furnishing in them are excellent. Comfort, beauty, and cleanliness are readily apparent.”

To many of the English, such affluence as they saw on Long Island was proof that America had indeed grown rich at the expense of Great Britain.

In fact, the Americans of 1776 enjoyed a higher standard of living than any people in the world. Their material wealth was considerably less than it would become in time, still it was a great deal more than others had elsewhere. How people with so much, living on their own land, would ever choose to rebel against the ruler God had put over them and thereby bring down such devastation upon themselves was for the invaders incomprehensible.

Mesmo usufruindo do mais alto padrão de vida na época, os yankees partiram pro tapa numa batalha, segundo o livro, quase impossível de ser vencida.

08 abril 2007

Yeah, right!

"Copacabana é Manhattan com praia"

Palavras de um ilustre morador do bairro, no Globo de hoje.

07 abril 2007

Ato falho

Em recente propaganda da TV a cabo NET, o personagem fala para sua equipe que, como eles atingiram as metas propostas, ele decidiu contratar uma estagiária como prêmio.

Hmm...

Se sua filha chegar em casa e disser "Consegui o estágio naquela agência de propaganda!" é melhor ficar preocupado.

Incentivos

Vejamos duas cartas publicadas hoje na seção de cartas do Globo:






Estas cartas me chamaram a atenção pois refletem com exatidão impressionante o tipo de incentivo errado que o carioca em geral dá a prestadores de serviço, o que explica o nível catastrófico da qualidade dos serviços na Cidade "Maravilhosa".

Reparaem como as duas cartas deixam evidente que, mesmo com um nível de serviço de péssima qualidade que coloca em risco a vida dos consumidores, seus autores continuam a freqüentar o estádio!

Ora, não precisa ser nenhum gênio para ver que os usuários do estádio não estão dando os incentivos necessários para que os administradores destinem recursos às áreas das quais aqueles reclamam.

Curioso é que eu percebo este tipo de comportamento na maioria das pessoas com as quais convivo. Elas não conseguem associar a qualidade do produto ou serviço oferecido à pressão feita pelos consumidores.

Curiosamente, apóiam todo tipo de lei que se proponha a melhorar a qualidade dos serviços, não importando quão absurda e - geralmente - ineficaz ela seja.

Alguém escreveu um dia que somos um povo que ainda está na adolescência e, portanto, totalmente avessos à responsabilidade. Acho que esta adolescência está um pouco tardia e já começa a parecer mais com retardamento.

06 abril 2007

Cidade Maravilhosa

Sei que pego no pé do carioca, mas como não zoar um povo desses?

A moda carioca é pensar


O aumento da procura por cursos livres sobre filosofia, artes e reflexões acerca das mudanças do mundo contemporâneo não deixa dúvida: o carioca, agora, paga para pensar. No final do mês a Casa do Saber completa um ano com fila de espera para diversas palestras. Seguindo a mesma trilha, será inaugurado na terça-feira, com aula-show de José Miguel Wisnik e Arthur Nestrovsky, o Pólo de Pensamento Contemporâneo, novo espaço do gênero na cidade. O objetivo dos alunos, em geral saídos das classes média e alta, nem sempre é aprender algum conteúdo específico, mas discutir temas interessantes e inteligentes que normalmente não são abordados em casa, no trabalho, nem na mesa de bar.

É para se estranhar o lastimável estado desta cidade?

A gente reconhece um buraco...

... Pelo preço dos bens supérfluos.

O mesmo vale para todo o resto: carros, eletrônicos, etc.

Em um bistrô simpaticíssimo como la Petite Périgourdine, na Rue des Écoles, paguei oito euros por uma tranche de uns bons 150 gramas. Considero então um roubo o que me cobra meu maître-traiteur - se assim pudesse chamá-lo - de Higienópolis, pelos mesmos gramas: 174 reais. Não consigo entender como cinco euros, com todos impostos embutidos, possam se transformar em 174 reais. Isto é roubo que só tem suporte na suposta sofisticação de nouveaux-riches brasileiros: "eu consumo porque é caro".

Consumo, no que a mim diz respeito, primeiro porque gosto. Segundo, porque o preço é razoável. I74 reais, por baixo, dá mais de 50 euros. Bem entendido, não estamos falando do foie gras em si, mas do patê de foie gras. Ora, se em Paris posso comer 150 gramas de patê de foie gras em um bom bistrô por oito euros, não vejo porque pagar 50 em uma mercearia em São Paulo. O responsável por este preço é este brasileirinho abominável, que acha que come bem quando paga caro.

São os jogadores!

Achar que a solução para o Brasil começa com a criação de instituições sólidas equivale a acreditar que basta passar a chamar o Ibis, que já foi considerado o pior time do mundo, de Arsenal ou Barcelona para que ele passe a ganhar tudo.

Temos senado, câmara de deputados, tribunais, agências reguladoras, etc. e nada disso funciona porque, como diria James Carville, "it's the people, stupid!"

Diferenças

Lá, na terra dos ianques, o lucro - ainda - não é uma coisa feia-feia-feia. Portanto há uma cultura mais ou menos tipo "Bem, todos queremos o lucro, certo? Então vamos nos organizar para que cada um possa persegui-lo da forma mais justa possível."

Aqui, na terra abençoada-por-Deus-e-bonita-por-natureza, o lucro é abominado publicamente mas cobiçado por debaixo dos panos. Portanto, o modus operandi por essas bandas é mais ou menos do tipo "Ao contrário desses empresários gananciosos, eu quero é o bem da sociedade, do povo. Por isso votem em mim/doem dinheiro para mim/me dêem um emprego público comissionado/etc.."

Por essas bandas é mal visto aquele que se vangloria de chegar ao topo por ser o melhor no que faz. Já o Maradona, que era excepcional no que fazia, violou as regras do jogo fazendo um gol de mão contra a Inglaterra na Copa de 86 e tal ato, em vez de repudiado, recebeu o nome "a mão santa"!

Num ponto estou 100% com os conservadores: sem uma verdadeira revolução cultural, não há capitalismo que floresça aqui. Entre o capitalismo e o socialismo, ficaremos com o pior dos dois mundos.

01 abril 2007

BC pode pintar e bordar

BC determina monitoramento de 14.500 ocupantes de cargos estratégicos

BRASÍLIA - O Banco Central baixou uma circular que obriga os bancos a monitorar contas e movimentações financeiras de autoridades que ocupam cargos estratégicos na administração pública, as chamadas pessoas politicamente expostas (ou Peps, na sigla em inglês). Os bancos terão que vigiar e, se necessário, investigar a origem de recursos movimentados por aproximadamente 14.500 autoridades, segundo estimativa da Controladoria Geral da União (CGU). O número pode chegar a cerca de 50 mil pessoas, de acordo com o BC, porque a circular atinge também os parentes de autoridades. Os alvos do monitoramento vão do presidente da República aos presidentes de câmaras de vereadores das capitais.

Além dessa medida me parecer um absurdo (a quebra de sigilo bancário somente deveria ocorrer mediante autorização judicial e não pela vontade de um funcionário do banco central) é ineficaz e só faz dar armas ao governo federal para atacar seus desafetos.

Mas vejam os comentários e percebam o quão distante do brasileiro comum está o conceito de Estado de Direito. A desconfiança em relação à ordem dada é, na maioria dos casos, a de que ela não será devidamente cumprida.

E assim vamos entregando - a este governo, o que é pior! - as liberdades individuais em troca de segurança e, para variar, vamos ficando sem ambas.

Mas como diz a frase atribuída a Benjamin Franklin, "He who would trade liberty for some temporary security, deserves neither liberty nor security".

A colméia

Acho que um sintoma de sociedades que estão constantemente flertando com o totalitarismo é aquele sentimento de cada um de fazer parte de uma colméia ou colônia. Quanto menor é a realização de alguém como indivíduo, creio que com mais intensidade ele se entrega a um grupo que o defina e que lhe confira alguma qualidade, mesmo que falsa.


É impossível não pensar nisso toda vez que leio comentários de brasileiros sobre seus compatriotas. O produtor da série Loser, digo Lost, resolveu tirar um ator brasileiro do elenco? A colméia se rebela. Alguém, em algum lugar do planeta, criticou o Rio de Janeiro? A colméia reage enfurecida. Um gringo criticou a boa forma da mulher brasileira? Pau nele!

É como se todos fossem habitantes da coletividade Borg, uma colônia de ciborgues composta por indivíduos (ou ex-indivíduos) que, após assimilados, passaram a fazer parte de uma consciência coletiva. Curioso é que vejo muitos casos de pessoas que defendem o "Brasil" enquanto entidade abstrata e fazem tudo que lhes é permitido para que o Brasil real seja uma merda. São incapazes de perceber (ou percebem mas não dão a mínima) que o Brasil será tão bom (ou ruim) quanto o conjunto de indivíduos que aqui habitam.


Uma curiosidade é como os Borgs do seriado se definem:

According to their spokesman (...), the Borg only want to "raise the quality of life" of the species they "assimilate."

Claro.

O dedicado militante

Parei de ler as colunas do Veríssimo há algum tempo. Quando ele fez de sua coluna um meio de propaganda petista ainda lia alguma coisa meio que para ver até onde ia seu comprometimento com a causa. E era total.

Veríssimo se entrega ao petismo de forma incondicional.

Quando vi o título da sua coluna de hoje fiz uma aposta comigo mesmo: ele vai não apenas justificar o que foi dito pela ministra como, ainda por cima, nos "provar" que o tal racismo brasileiro é uma praga que impede os negros de subirem na vida.

Não deu outra.

O bom de Veríssimo, como todo esquerdopata, é sua completa previsibilidade. A chance de você descobrir a opinião deles sobre qualquer assunto é algo próximo de 100%.

A coerência de um militante com o "pensamento" esquerdista só é superada pela hipocrisia na hora de aplicar os conceitos à sua própria vida.

Por exemplo, muitos pregam o amor a Cuba, mas curiosamente adquirem imóveis em Nova Iorque ou Paris.