30 abril 2006

Mal consegue esconder

Elio, em certos momentos, mal consegue esconder o quanto ele detesta o capitalismo:

"Sem empresários a corrupção é uma praia sem sol. Bem ou mal, o Congresso e a administração pública expõem e punem seus corruptos. O mundo dos negócios melhoraria se além de reclamar da corrupção dos outros, os grandes empresários repelissem os malfeitores com quem convivem felizes. Nunca é demais lembrar que a Fiesp divulgou uma nota de solidariedade à butique Daslu quando ela foi varejada pela polícia."

29 abril 2006

Varig

Eu acho que, no final das contas, o governo vai dar aquela mãozinha. Afinal, este governo já distribui dinheiro para tanta gente por aí, o que seriam mais alguns milhões ou mesmo bilhões de reais? E, politiqueiro como é, ele não gostaria de ficar conhecido como o governo que deixou a Varig quebrar (não vou entrar no mérito da questão).

E, no final de tudo, alguns amigos e conhecidos manterão seus empregos, artistas e políticos continuarão voando de graça e o povo ficará orgulhoso de saber que a "Varig continuará servindo à população brasileira" (juro que ouvi isso).

Só não me venham todos com a lenga lenga de que estão fazendo isso para defender um símbolo nacional, a honra do país, a soberania da pátria, empregos, fornecedores, ou o raio que os parta. Tudo não passa do bom e velho patrimonialismo tupiniquim.

Vento que venta lá...

"A Petrobras é alvo de uma perigosa campanha de tons xenófobos que se espalha pela Bolívia, principalmente nas regiões indígenas do altiplano, e mira o Brasil, visto por lá como um usurpador das riquezas de um país historicamente assolado pela miséria."

O pior é ouvir
isso e ter que ficar caladinho, caladinho.

28 abril 2006

Vai entender

Por mim, num mundo ideal, os EUA varreriam do mapa vários tiranetes pelo mundo afora. Portanto, partindo desse princípio, nada mais natural do que exigir que os EUA deponham TODOS os tiranetes africanos e tomem posse daquele continente quase que completamente. Radical, eu sei mas necessário, aos olhos deste "reacionário" que vos escreve.

Só não dá para entender porque as atrocidades no Sudão são mais dignas de serem combatidas que as do Iraque. Seguindo o princípio de que o Iraque não representava ameaça para os EUA, como agora
as pessoas querem que este mesmo país ataque o ainda mais inofensivo Sudão?

Tão óbvio

"The unshakable fact is that you cannot cure racism with racism. To accept the diversity premise means to think in racial terms rather than in terms of individual character or merit. Taking jobs away from one group in order to compensate a second group to correct injustices caused by a third group who mistreated a fourth group at an earlier point in history (e.g., 1860) is absurd on the face of it and does not promote justice; rather, it does the opposite. Singling out one group for special favors (e.g., through affirmative action) breeds justified resentment and fuels the prejudices of real racists. People are individuals; they are not interchangeable ciphers in an amorphous collective."

Não consigo imaginar um exemplo mais didático que este:

"Consider a more concrete, though fictional, example. Suppose that since its creation in 1936, the XYZ Corporation refused to hire redheaded men due to a quirky bias on the part of its founder. The founder now dies and an enlightened Board of Directors decides that something 'positive' needs to be done to compensate for past injustices and announces that, henceforth, redheads will be hired on a preferential basis. Observe that: (1) this does not help the real victims--the previously excluded redheads; (2) the newly favored redheads have not been victims of discrimination in hiring, yet unfairly benefit from it; and (3) the non-redheads who are now excluded from jobs due to the redhead preference did not cause the previous discrimination and are now unfairly made victims of it. The proper solution, of course, is simply to stop discriminating based on irrelevant factors. Although redheaded bias is not a social problem, the principle does not change when you replace hair color with skin color."

Leia tudo aqui.

21 abril 2006

Isso era muito bom

Colocando os pingos nos "is"

A parte mais difícil hoje em dia ao se discutir política internacional é o total desconhecimento - inversamente proporcional à ânsia de ter uma opinião formada - que muitas pessoas têm a respeito dos papéis dos agentes envolvidos.

Lembram da escolha do Papa? De repente todo mundo era conhecedor do Catolicismo a ponto de se considerar apto a definir os rumos da Igreja. Bento XVI, então Cardeal Ratzinger, era tudo de ruim: carrancudo, avesso ao contato com as pessoas e até mesmo pairavam suspeistas da associação dele com o nazismo. Hoje, algum tempo depois de convertido em Papa, as pessoas começam a dizer que ele mudou e está mais simpático. Para essas pessoas não existe percepção errada ou engano, a realidade é que se torce para se encaixar nos seus conceitos, a maioria toscos.

O mesmo vale para o famigerado Bush. Ele fez a guerra, aumentou gastos e cortou impostos. O único detalhe é que estas não são atribuições do Presidente dos Estados Unidos, segundo a sua Constituição, como
bem lembra Walter - outro baita negão - Williams:

"By the way, it's sheer constitutional ignorance to say that President Bush spends or lowers taxes. Article I, Sections 7 and 8, of the U.S. Constitution gives Congress authority to spend and tax. The president only has veto power that Congress can override."

Em certas ocasiões é melhor se calar

Ainda mais quando se está errado.

O Franklin Martins foi tirar uma de "ixperto" com um "desafio" mais do que maroto ao Diogo Mainairdi e tomou cacetada atrás de cacetada.

Inocência segundo eles

Os governistas dizem que o Ministro da Justiça provou sua inocência ao fazer um depoimento seguro (assim como o ex da Fazenda, lembram-se?).

Para essa galera, inocente não é aquele que não comete o crime, mas aquele que é capaz de negar a autoria olhando no olho e sem rir.

Nosso Rain man

Eu acho que não está longe de a gente atingir a perfeição no tratamento de saúde neste país.

20 abril 2006

Em grande forma

O militante está em grande forma!

"Um ato de violência escandaliza, uma rotina de violência banaliza. A rotina da miséria brasileira acaba se integrando no cotidiano, funde-se com a paisagem e desaparece no nosso relativismo moral. É lamentável, e lamentada em todos os discursos e programas de governo, mas não é aterrorizante, pois quem pode viver em estado permanente de horror? E, no entanto, só o que diferencia a violência de uma invasão de terras da violência constante, rotineira, banalizada que a situação fundiária do país impõe aos sem-terras é o tempo. Uma é uma quebra de normalidade, a outra é a normalidade. As duas são reprováveis, mas a segunda é absolvida pela indiferença. Não tem o mesmo efeito espetacular, o mesmo horror concentrado.

Isto não é uma justificativa para atos de violência como alguns praticados pelos que lutam pela reforma agrária, mesmo porque a violência sempre acaba favorecendo a reação. É só um comentário sobre o escândalo seletivo de quem demoniza os sem-terras mas não se horroriza com a violência diária, antiga, arraigada nos seus costumes e valores, praticada pela sociedade mais injusta do mundo. Ou só se horroriza com a retribuição."

Atentem para o "mesmo porque a violência sempre acaba favorecendo a reação". Ou seja, o problema da violência é sua ineficiência. Mas ele não precisa se preocupar: o governo federal está cuidando direitinho para que as reações sejam desencorajadas, abrindo caminho para a utilização da violência sem limites.

O - velho - truque do autor é o seguinte: ele pega uma situação contra a qual seu aliado ideológico luta e a define como violenta (no caso, o latifúndio). Como seu aliado ideológico usa meios reconhecidamente violentos, ele alega que são ambos lados da mesma moeda e que ambos estão igualmente errados, quand0 na verdade somente um está. Isso acaba suprimindo a indiginação das pessoas com o movimento aliado e desencorajando reações, pois confere às ações a legitimidade de quem reage a uma agressão.

Ou seja, quando ele diz que não está justificando a violência do movimento, ele só está fazendo aquilo que sabe fazer melhor: mentir.

19 abril 2006

Como um cínico lê uma notícia

"RIO - Empresários brasileiros e internacionais consideram os crimes virtuais mais ameaçadores do que os tradicionais assaltos reais. Foi o que concluiu uma pesquisa realizada pela IBM com três mil executivos de tecnologia e vice-presidentes de 17 países, em corporações ligadas a saúde, finanças, varejo e produção."

Ora, uma
pesquisa elaborada pela empresa que vai vender as soluções? Hmm...

Por que implico com o Software Livre

Por causa disso:

"Outros, contudo, crêem que, no mundo altamente tecnológico de hoje, ferramentas essenciais para o trabalho e a vida social como os aplicativos de computador não podem ser caixas-pretas controladas por poucos - mas instrumentos abertos a toda a sociedade."


Esses cyber-miliantes não se contentam em tocar as suas vidas do jeito que bem quiserem. Querem impor isso, como todo bom comunistinha, ao resto da pessoas. Acham que detêm a chave mágica da felicidade.

Resumindo: são um pé no saco!

Por que o liberalismo causa arrepios?

Meu xará responde:

"Fácil. Basta fazer o teste. Chegue perto de um de seus colegas de cerveja e diga-lhe que tem uma proposta para melhorar sua vida e que esta se baseia em poucos princípios gerais. Antes que ele sorria, dispare: sua proposta (i) não garante o sucesso individual sempre, (ii) estabelece que toda ação decidida - individualmente ou em grupo - tem custos que não devem ser transferidos a terceiros, (iii) não parte de nenhuma suposição de que seu interlocutor possua os requisitos para decidir sobre o destino de muitos e, claro, (iv) nem você tem este poder."

Nem vou dizer que o texto está nota 10 senão daqui a pouco vão começar a comentar por aí...

18 abril 2006

Calvin, o petista

"Some people are pragmatists, taking things as they come and making the best of the choices available. Some people are idealists, standing for principle and refusing to compromise. And some people just act on any whim that enters their heads. I pragmatically turn my whims into principles."

Calvin, o esquerdista

"Reality continues to ruin my life."

Calvin, o filósofo

"I think the surest sign that there is intelligent life out there in the universe is that none of it has tried to contact us."

Por falar em Cipolla

No texto abaixo ele descreve também os tipos de pessoas que existem. Como classificar pessoas que pensam que Bush age em nome da religião, assim como os líderes islâmicos?

Talvez, no fundo, o ser humano seja um pateta incurável, doido para acreditar em algo. Doido para pensar que existem pessoas que se sacrificam em nome de um ideal, não importa que ideal seja. Doido para crer que existem pessoas para as quais dinheiro e poder nada significam.

Dudes, "investir" milhões de dólares para ser presidente da maior potência do planeta ou mandar jovens idiotas se explodirem e aos seus desafetos não é bem a definição de sacrifício.

A estupidez humana

LAS LEYES FUNDAMENTALES DE LA ESTUPIDEZ HUMANA

La Primera Ley Fundamental: "Siempre e inevitablemente cada uno de nosotros subestima el número de individuos estúpidos que circulan por el mundo".

La Segunda Ley Fundamental: "La probabilidad de que una persona determinada sea estúpida es independiente de cualquier otra característica de la misma persona".

La Tercera Ley Fundamental: "Una persona estúpida es una persona que causa daño a otra o grupo de personas sin obtener, al mismo tiempo, un provecho para sí, o incluso obteniendo un perjuicio".

La Cuarta Ley Fundamental: "Las personas no estúpidas subestiman siempre el potencial nocivo de las personas estúpidas. Los no estúpidos, en especial, olvidan constantemente que en cualquier momento y lugar, y en cualquier circunstancia tratar y/o asociarse con individuos estúpidos se manifiesta infaliblemente como un costosísimo error".

La Quinta Ley Fundamental: "La persona estúpida es el tipo de persona más peligroso que existe. El estúpido es más peligroso que el malvado".

16 abril 2006

Para quem gosta de ilusionismo

A ilusão das cotas e a realidade da pobreza

"É uma estupidez falar em discriminação racial, quando o problema é a má educação oferecida aos pobres de todas as raças."


Falou e disse!

O medo venceu a esperança?

"Rio - A constelação que apoiou a estrela maior do PT em 2002 está dividida em relação ao apoio à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entre os 400 artistas e intelectuais que em 29 de agosto de 2002 se reuniram no Aterro do Flamengo para apoiar Lula, alguns evitam falar em política, outros, dizendo-se sem alternativa, devem votar nele. Segurar estrela e entrar na campanha, porém, está fora dos planos de parte do grupo."

Os favorecidos com cargos públicos continuam apostando firme. Como dizia aquele personagem "eu não posso é perder essa boquinha".

"Funcionários do Ministério da Cultura, o presidente da Funarte, Antônio Grassi, e a coordenadora de teatro da fundação, Cristina Pereira, têm posições parecidas: são reticentes quanto à veracidade das denúncias e vão votar em Lula. 'Claro que essa crise me deixa desestruturada, mas ainda acredito no Lula', diz Cristina, que não trabalhará na campanha.

Grassi conta que viveu 'momentos de pesadelo'. Mas pretende atuar na campanha: 'A eleição é o momento de colocar os pontos na balança e Lula ainda é a melhor opção para o Brasil' [Cláudio: e pra você também].

Marcos Winter, que faz parte do Conselho de Segurança Alimentar [Cláudio: hein?], é crítico, mas esperançoso [Cláudio: claro, até eu seria] : 'Quando o Lula foi eleito, perdeu a oportunidade de mexer em tudo. Agora, que já fez toda essa imundície, é hora de reverter. É hora de mostrar, nos últimos seis meses de governo, que tem possibilidade de o País ir embora. É só querer', aposta."

O petróleo é nosso

O Globonews Painel deste fim de semana falou sobre a auto-suficiência que o Brasil anunciou na áerea petrolífera.

William Waack fez uma pergunta que é pertinente: "se somos auto-suficientes por que o preço na bomba é tão caro?"

A resposta dada por um dos convidados, pesquisador da Coppe (nenhum conflito de interesses) foi que a Petrobras é eficiente justamente porque pratica os preços ditados pelo mercado internacional.

Outra resposta, dada pelo ex-diretor da ANP, foi que cobrar pouco pela gasolina iria contra os interesses econômicos da companhia e dos seus acionistas. E completou dizendo que a tal auto-suficiência é mais um símbolo para encher o peito da população que para encher os bolsos.

A pergunta que William Waack deveria ter feito em cima dessas respostas: se é para o consumidor pagar o preço de mercado por que não tirar o custo de manter uma estatal (e todos os privilégios dos seus funcionários) das costas do país e deixar que empresas privadas explorem o setor?

O velho modelo brazuca: socializa-se os custos e privatiza-se os lucros.

Science 101

Fetos não sentem dor, diz novo estudo

"LONDRES. Fetos não são capazes de sentir dor porque a sensação requer um desenvolvimento mental que só é atingido fora do útero, de acordo com um novo estudo publicado na 'British Medical Journal' por Stuart Derbyshire, da Universidade de Birmingham.

De acordo com o especialista, é a interação do bebê com as pessoas que o cercam que permite ao cérebro alcançar o estágio capaz de processar a subjetividade da dor."

Vejamos então: se uma pessoa for criada sem contato com qualquer ser humano ela será imune à dor!

Sensacional!

E também as relações com outras pessoas é que torna o corpo capaz de gerar os impulsos elétricos que o cérebro reconhece como dor.

Isso é revolucionário.

Só falta descobrir porque animais que são separados bem cedo de suas ninhadas e criados sem qualquer interação com outros animais, ainda assim são capazes de sentir dor.

E por que o tapinha faz o recém-nascido chorar? Em tese ele não deveria reagir a dor da palmada.

Céus, quantas perguntas...

Bad journalism 101

Como criar uma manchete que induz o leitor a uma determinada reação:

"Lavradora tem o útero arrancado por médico que cometeu erro em cirurgia"

1) Se a vítima é pobre classifique-a de acordo com a profissão.

Em vez de: "Mulher tem o útero..."

Use: "Lavradora tem o útero..."

Ou: "Catadora de papéis tem o útero..."

2) Use verbos que representam ações violentas.

Evite termos técnicos como, por exemplo, "extirpado". Este é um verbo associado a procedimentos cirúrgicos. Use "arrancado" que passa a idéia de ato violento, quase a sangue frio.

Você ficará tentado a escrever de forma objetiva:

"Mulher tem útero extirpado por engano"

Apesar da manchete acima não diminuir em nada a tragédia ocorrida, você não estará cumprindo a função social de um verdadeiro jornalista.

Adiós?

"BUENOS AIRES - Como se não bastasse o conflito entre o Uruguai e a Argentina por causa da construção de duas fábricas de celulose na fronteira entre ambos países, agora o Paraguai somou um novo componente que ameaça a unidade do Mercosul. A chanceler paraguaia, Leila Rachid, disse que o Mercosul não é o projeto que seu país deseja e deu a entender que o Paraguai quer abandonar o bloco regional."

Talvez nosso
vizinho esteja de olho num acordo bilateral com os yankees.

Vento que venta lá venta cá

País pobre sul-americano se vê vítima de empresa estrangeira que destrói seu meio ambiente e usa artifícios para burlar o fisco.

O mais interessante:
a empresa é brasileira.

Lá como cá

Este filme não se cansa de se repetir na América Latina:

"LA PAZ - O governo boliviano adiará por várias semanas o decreto nacionalizando as reservas de gás e petróleo do país, afirmou o porta-voz do presidente Evo Morales, em declarações publicadas neste sábado"


O pessoal faz campanha dizendo que vai "acabar com tudo isso que está aí". Mas quando assume o poder, percebe que a realidade não se curva à sua ideologia.

Daqui a uns meses, Evo, se não fizer a maluquice que prometeu, começará a ser acusado de ter dar dado uma guinada à direita e se vendido aos interesses neoliberais.

Acordos de livre-comércio incrementam exportações

Calma, não comemorem ainda. Não foi aqui:

"SANTIAGO - Os acordos de livre-comércio firmados pelo Chile com os Estados Unidos, México e Canadá incrementaram as exportações chilenas para a América do Norte em 2005, anunciou neste sábado o governo do país sul-americano."

Oops!

Qual a pior coisa que pode acontecer quando você está indo ladeira abaixo?

Perder o freio!

"De olho no segundo mandato, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva encaminhou ontem ao Congresso o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2007 com regras mais frouxas para as despesas correntes e a carga tributária. Foram retirados da proposta os tetos de 17% do PIB para os gastos correntes e de 16% para a carga tributária, incluídos na LDO de 2006 por iniciativa da equipe econômica. No projeto para o Orçamento do ano que vem, foi prevista apenas uma meta de redução das despesas correntes em 0,1% do PIB, que equivale a R$ 2,3 bilhões."

Cara de pau

A cirurgia plástica que ele fez deve ter sido executada por um marceneiro:

"Quando se freta um avião não se pergunta a quem pertence. Soube que foi o Garotinho que passou a informação sobre o jatinho. Isso é canalhice. Quer dizer que pobre não pode viajar de avião? Deveriam perguntar como o Alckmin viaja e como o Garotinho está rodando o país todo. Estão violando dados sigilosos, porque a legislação não permite que se divulgue dados desse tipo — reclamou Dirceu."

15 abril 2006

Agamenon

"A Varig , a nossa Varig (nossa quem, cara-pálida?), vive uma crise sem precedentes e passa por dificuldades. Quer dizer, não está passando mais, esse vôo também foi cancelado. Para mostrar que ainda está viva e funcionando, a tradicional companhia aérea gaúcho-grandense ainda mantém duas linhas: continua indo para a Pindaíba sem escalas e para a Falência, na Espanha."

Tem algo muito errado num jornal onde o comentário mais sensato vem da coluna de humor.

Quem vigia o vigia?

Dizem que o papel da imprensa é vigiar o poder, mas será que temos um vigia confiável?

"Franklin Martins é o principal comentarista político da Rede Globo. Um de seus irmãos, Victor Martins, foi nomeado para uma diretoria da Agência Nacional do Petróleo. Os senadores que aprovaram seu nome levaram em conta o parentesco ilustre. Luiz Otávio, do PMDB, comentou: 'Os 42 votos favoráveis a Victor Martins são uma homenagem nossa ao jornalista Franklin Martins'. Heráclito Fortes, do PFL, concordou: 'Ele acrescenta à sua biografia o fato de ser irmão de um grande jornalista'. Aloizio Mercadante, do PT, arrematou: 'Victor Martins é um profissional competente e vem de uma família marcada pelo processo de resistência democrática'. Lula entregou a Agência Nacional do Petróleo ao PCdoB. Victor Martins não obteve o cargo através do partido. Ele foi indicado diretamente na cota de seu irmão, Franklin Martins. Ivanisa Teitelroit, mulher de Franklin Martins, também já mereceu sua parcela de cargos públicos. Deve ser a isso que Aloizio Mercadante se refere quando fala em 'resistência democrática'."

Mainairdi nos lembra de uma pesquisa divulgada recentemente:

"Nas últimas semanas, a imprensa tem se dedicado a analisar a frouxidão moral dos brasileiros. Está certo. Os brasileiros são moralmente frouxos mesmo. Isso ninguém discute. Mas a imprensa certamente não é muito melhor."

E a conclusão no seu melhor estilo:

"Os brasileiros são moralmente frouxos. Os jornalistas são brasileiros."

Ouvindo o outro lado

Não esquecendo que o site é dos marines, mesmo assim é bom ouvir o outro lado.

News From the Front





O pior dos piores

Acho que este foi o pior argumento que eu li até hoje a favor da Varig:

"Entretanto, a situação da Varig é particular e deve ser tratada como uma questão sócio-político-econômica, uma vez que envolve uma marca nacional de renome mundial, com um apelo sentimental e ufanista muito grande para o povo brasileiro, e que traz a reboque um contingente humano de 6,8 mil trabalhadores aposentados e 9 mil na ativa, sem contar os seus milhares de dependentes diretos e indiretos, que podem chegar a cerca de 60 mil pessoas, que somadas aos trabalhadores de suas empresas fornecedoras e prestadoras de serviços, passaremos a discutir o futuro de mais de 100 mil brasileiros."


Como bem disse Xico Vargas:

"No capitalismo brasileiro vale tudo. Menos o risco."

Classe média paga muito imposto

Tá, isso não é nenhuma novidade. Agora a pesquisa da Consultoria Ernst & Young que o Globo usou para ilustrar seu ponto de vista tem uma metodologia, na minha leiga opinião, totalmente descabida:

"Por isso, a Ernst Young fez uma simulação considerando um contribuinte brasileiro fictício, com renda anual de R$ 69 mil. Esse valor foi convertido pelo dólar e depois pela moeda dos outros 12 países, para criar personagens com padrão de vida semelhante nos demais locais."

O parágrafo acima dá a entender que eles usarão o purchasing power parity ou algo parecido para comparar as alíquotas, mas não é bem assim:

"Nos Estados Unidos e na França existem alíquotas até mais altas do que a máxima brasileira. Na França, chega a 48,09%. Mas a faixa de renda pesquisada, de R$ 69 mil, ou cerca de US$ 30 mil, nem é tributada."

Acho que não é preciso ser um
baita economista para perceber as distorções que esse método gera. Basta usar um pouquinho a cabeça.

14 abril 2006

Racional ou irracional?

Já tive alguns debates acalorados com discípulos de Ayn Rand. Nem tanto pela dita cuja, mas mais pela fraqueza dos silogismos que muitos deles faziam quando queriam debater o objetivismo. Claro que o problema pode ser meu, devido à falta de algum conhecimento necessário para o entendimento dos tópicos expostos, mas o debatedores também pareciam não dominar o assunto.

Por exemplo, Peter Schwartz, figurão do Insitituto Ayn Rand, escreve um texto procurando mostrar que a moral não tem origem na religão e muito menos no secularismo. Segundo ele, a moral é fruto da racionalidade. Vejamos seus argumentos:

"The real alternative to the leftist claptrap is a morality of reason. Such a morality begins with the individual's life as the primary value and identifies the further values that are demonstrably required to sustain that life."

Se minha vida está acima de tudo ("primary value"), então posso e DEVO fazer de tudo para que ela não seja de forma alguma prejudicada. Não vejo por que excluir o roubo, por exemplo.

"With reason as its cardinal value, this code of individualism espouses fixed principles and categorical moral judgments. It demands, for instance, that the initiation of force--the antithesis of reason--be denounced and that an unbridgeable moral chasm be recognized between the criminal and the non-criminal."

Aqui, sinceramente, não entendi: por que a força é antítese da razão? Agir racionalmente muitas vezes siginifica aplicar a força.

"Since life requires man to produce what he needs, productiveness is a moral value--thereby making moral opposites out of the industrious worker and the parasitic welfare recipient."

Novamente não entendi de onde ele tirou que a vida exige que o homem produza o que ele precisa. A vida só exige que o homem TENHA o que ele precisa. O estômago não se importa com a procedência da comida, apenas com o fato dela estar lá.

"Since life requires man to use his own judgment rather than submissively accept the assertions of others, independence is a moral value--making moral opposites out of the person (or nation) acting on his own rational convictions and the one deferring to the consensus of his neighbors (or the U.N.)."

Concordo que a independência é uma coisa boa, mas se é para ser independente não devemos sê-lo inclusive para aceitar afirmações de quem quisermos? Impedir que façamos isso não seria um atentado contra nossa independência?

"There is indeed morality without religion--a morality, not of dogmatic commands, but of rational values and of unbreached respect for the life of the individual."

Talvez sim, mas me parece que tudo que Peter fez foi criar um novo conjunto de dogmas. Converso com algumas pessoas muito religiosas e nenhuma delas me parece menos racional que a média de todos nós. A única diferença entre elas e um ateu é a premissa: para os primeiros Deus existe, para os últimos, não.

Portanto, meu ponto é que, ainda que Peter discorde das premissas dos religiosos, ou seja, da existência de Deus, ele deveria analisar se as conclusões obtidas são racionais ou não. Logicamente falando, a incorreção de uma premissa não implica a irracionalidade das conclusões. É possível chegar a conclusões perfeitamente racionais - e erradas - partindo-se de premissas erradas.

Talvez Ayn Rand não tenha lido Mises.

Cenas que gostaríamos de ver (apud Mad)

(Post baseado numa mensagem que recebi sobre um mágico ou sei lá o quê, que afirmar poder reproduzir todos os "truques" de Jesus Cristo. Infelizmente já apaguei a mensagem e nem tenho como confirmar a sua veracidade. Logo, a premissa deste post é que o tal mágico existe)

- Senhoras e senhores, estamos hoje com o famoso mágico Mr. Y que afirma poder reproduzir todos os truqes de Jesus. Boa noite, Mr. Y!
- Boa noite! Boa noite, Brasil!
- Isso que andam dizendo é verdade?
- Sim, eu posso reproduzir todos os truques de Jesus Cristo.
- Sério?
- Sim!

Bang! Bang! Bang! Bang!

- Então ressuscita aí para gente ver...

12 abril 2006

Curioso

A geração de rebeldes de hoje em dia não perde uma oportunidade de atacar a religião, cuja adesão é voluntária, e arria as calças para o Estado, cuja natureza é a coerção.

Eu hein...

Bull's eye

"A autora não é uma transgressora, como se pode pensar à primeira vista. Quando sai de casa, a sua primeira preocupação é manter o padrão de vida, que antigamente se chamaria de 'burguês'. Talvez compre roupas na Daslu, inclusive (dificilmente na Daspu)."

Luciano Trigo em
ótimo texto sobre nosso mais recente fenômeno literário.

11 abril 2006

Gostei da frase

Essa foi do Xico Vargas:

"No capitalismo brasileiro vale tudo. Menos o risco."

Cotas again (boring I know, but necessary)

Tirando uma retórica aqui outra ali, o ponto central deste texto está corretíssimo: com pretexto de acabar com uma suposta discriminação (suposta porque eu não me recordo de nenhuma pergunta sobre minha raça quando fiz o vestibular. Logo, a não ser que os membros da banca de correção fossem médiuns, o mulato aqui não poderia ter sido discriminado) estão criando uma discriminação oficial a favor de uma raça.

"
Por que essa medida é polêmica? Uns dizem que vai reduzir a qualidade de ensino e pesquisa das universidades federais. Pode ser. Mas o que queríamos sugerir é que esta lei traz conseqüências que vão muito além das portas das universidades. Ela implica um projeto radicalmente novo de nação. A lei, se aprovada, irá instituir, no âmbito federal, o negro como figura jurídica, o que já ocorreu em 2001 no Estado do Rio de Janeiro, com a aprovação da lei de reserva de vagas para as universidades estaduais votada por aclamação pela Assembléia Legislativa.

O que significa instituir o negro como entidade jurídica? Significa uma mudança radical no nosso estatuto jurídico republicano, que, até agora, ignora 'raça' e pune o racismo como crime inafiançável e imprescritível como os demais crimes hediondos. Se passar essa lei, os cidadãos serão divididos em duas 'raças' com direitos distintos de acordo com a sua pertença a uma ou outra dessas duas categorias. A política de cotas raciais, como vem sendo denominada, institui, portanto, uma sociedade dividida entre 'brancos' e 'negros'. Em outros lugares do mundo esse tipo de engenharia social trouxe mais dor do que alívio para os problemas a que visava solucionar.
"

Não vejo como isso poder ser benéfico.

10 abril 2006

Vem briga aí

"SEATTLE — Over 500 doctoral scientists have now signed a statement publicly expressing their skepticism about the contemporary theory of Darwinian evolution.The statement reads: 'We are skeptical of claims for the ability of random mutation and natural selection to account for the complexity of life. Careful examination of the evidence for Darwinian theory should be encouraged.'"

Aqui.

09 abril 2006

Não me parece uma boa idéia

Talvez na França essa idéia tivesse um resultado melhor:

"No dia 1º de maio está convocado o 'Dia sem o imigrante', quando todos os estrangeiros estão convocados a faltar ao trabalho. Para os imigrantes, esta é uma maneira de demonstrar aos norte-americanos o peso que eles têm no país."


Os imigrantes que faltarem poderão perder seus empregos para algum conterrâneo.

Mais educação resolve?

Depende.

Se por educação entende-se o mero acúmulo de títulos, a resposta é NÃO.

Por outro lado, se for a busca de aperfeiçoamento então a resposta é PROVAVELMENTE.

Assino embaixo da conclusão do meu xará:

"Resumindo: educação não é sinônimo de crescimento econômico e nem todo mundo que procura mais cursos pós-graduação está em busca de aperfeiçoamento. Se puder, enganará o patrão trabalhando pouco e 'arrotando' conhecimento. A solução não é fechar cursos de especialização ou proibir MBAs. A solução é explicar para as pessoas e dizer a elas que devem fazer suas opções livremente, arcando com seus custos de maneira adulta, digo, responsável."

Evangelho de Judas

Desculpem a minha ignorância nesses assuntos, mas se Judas não fez nada mais que atender a um pedido do próprio Jesus quando o traiu, por que ele se enforcou depois?

Un pays de merde

Quanto mais eu leio sobre a França, mais eu a desprezo.

(via
Jorge Nobre)

Kyoto in debate

Parece que 60 cientistas resolveram abrir o bico e denunciar o caráter político-ideológico do Protocolo de Kyoto.

Já não era hora. Política e ciência deveriam andar bem afastadas uma da outra.

Cai na real!

Vejo algumas pessoas espantadas como, mesmo após tudo isso que aconteceu, Lula ainda mantém a liderança nas intenções de voto. Dudes, come on!

Vocês estão no Brasil. B-R-A-S-I-L.

Ainda é o mesmo povo que elegeu um semi-analfabeto para governar um país.

08 abril 2006

Boas maneiras e o igualitarismo

"The argument goes something like this: formality is etiquette, and etiquette is a manifestation of an unjust, class-ridden, patriarchal society. The rejection of etiquette and the formality it entails is therefore a sign that one is on the side of the angels, that is to say, of the egalitarians. Modern egalitarians, at least in Britain, do not content themselves with the kind of abstract or formal equality before the law that allows any amount of difference in wealth, status, taste, and sensibility; they demand some progress towards equalization of everything, including manners."

Imaginem se o autor desse texto visita o Rio de Janeiro!

"In Britain, this has led in short order to the rejection of the most elementary of social rules. Young Britons now appear to think, for example, that the function of empty seats on trains is as a receptacle for their feet. (Why they should be the footweariest generation in history is a mystery, unless their behavior is considered as a deliberate challenge to convention.) A passenger who draws the attention of a young adult to the anti-social presence of his feet upon a seat will be met either by a torrent of abuse or, if the person doing it is better-educated, by moral self-justification. The last time I said anything about it, the young woman in question, by no means unpleasant, pointed out that her feet were clean, she having first removed her shoes, and that therefore she was within her rights. I was left searching for a Cartesian point from which to prove beyond all possible doubt that putting your feet up on seats in trains was wrong. It is a wearisome business trying to prove from first epistemological principles in every instance of minor public misconduct that it is morally wrong, especially when every failure to make the case is a justification for further such misconduct. It is strange how egalitarianism results in a rabid form of individualism, an angry individualism without worthwhile individuality."

Aqui, sem saber, ele descreveu o carioca:

"The distinction between friendliness and friendship becomes blurred so that it is no longer even perceived."

Nacionalismo patético

"Sem procuração de ninguém, faço aqui um humilde apelo em nome de passageiros e funcionários aos meus amigos do governo, grandes empresários nacionais e bancos em geral: a Varig não pode morrer."

É sempre bom lembrar ao colunista que seus "amigos do governo", se vierem a salvar a Varig, o farão com o dinheiro do contribuinte que nada tem a ver com as décadas de má administração - vamos assumir que tenha sido só isso - pelas quais passou a empresa.

Numa coisa ele acerta: a Varig realmente é "extensão do Brasil". Quem trabalhou nela como eu sabe que esta situação até demorou demais para chegar.

Só lamento o que acontece hoje pelas pessoas que gosto e ainda trabalham lá.

Além do mais, eu vôo American.

Nem disfarçam mais

"O senador não se comportou como um verdadeiro petista."

(Citando de cabeça as palavras do deputado Jorge Bittar, após este ter xingado o senador Delcídio Amaral)

Rock and Roll

Adoro implicar com certos ícones. Os Rolling Stones, banda milionária, são vistos até hoje como rebeldes, contestadores que não perdoam o status quo. Será?

"XANGAI - O vocalista dos Rolling Stones, Mick Jagger, declarou hoje que não está preocupado com as limitações impostas pela censura chinesa, que proibiu a banda de cantar músicas que fazem alusões ao sexo e às drogas. Os Stones se apresentam amanhã, para oito mil pessoas, no Xangai Grand Stage, em Xangai, e o show será transmitido pela Televisão Central da China (CCTV)."


A China é uma das aberrações deste século, mas ela está tendo uma função muito importante para o mundo: está mostrando que basta balançar umas verdinhas na frente de roqueiros "contra-revolucionários" e empresas que "do no evil" e eles mostrarão sua verdadeira face.

07 abril 2006

Russo invejoso!!!

Vejam até onde pode chegar a inveja do russo Valery Kubasov, "veterano de três viagens espaciais, que atualmente trabalha como consultor", que não tem um país lindo e maravilhoso como o nosso:

Sobre o "nosso astronauta":

"Para nós é quase a mesma coisa se é um turista mesmo ou não."

Sobre as relevantes experiências científicas:

"Os turistas sempre puderam fazer experiências. Claro que, no caso do brasileiro, ele está fazendo mais experiências e, claro também, não está pagando do próprio bolso. Mas do nosso ponto de vista é a mesma coisa. A preparação dele é a mesma."

Sobre a preparação do "nosso astronauta" e a cooperação Brasil-Rússia:

"É verdade que Pontes é formado astronauta pela Nasa, onde se preparou por sete anos. Mas para o vôo que realizou, a rigor, poderia não ter qualquer qualificação desse tipo que os russos o teriam levado do mesmo jeito. Desde, claro, que o governo brasileiro pagasse os US$ 10 milhões previstos no contrato e ele seguisse o treinamento padrão na Cidade das Estrelas. Na verdade, não existe uma cooperação científica Brasil-Rússia, mas sim um negócio."


Temos que exigir uma retratação do governo Russo!!!!

Update: mais aqui.

06 abril 2006

A pergunta que não quer calar

"Será que um dia, neste país de tantos homens espertos, sempre com um sorrisinho de superioridade irônica no canto da boca, alguém vai aprender que esperteza é muitas vezes burrice, teimosia sonsa de uma aposta contra a verdade?"

Olavo de Carvalho

05 abril 2006

Hoje tem marmelada?


Descanse em paz!

Zoropa

É difícil escolher qual dos três causos é o mais bizarro. Eu fico com o dos alemães, hostilizados em sua própria casa.

"Os professores de uma escola alemã, a Rütli-Hauptschule, que fica no bairro berlinense de Neukölln, pediram às autoridades que fechassem o estabelecimento. Na última quinta, a escola
chamou a polícia para proteger os poucos alunos alemães nativos do corpo composto predominantemente por imigrantes, com mais de 80% de alunos com ascendência não-alemã. Os alunos alemães e os professores dizem que estão sendo aterrorizados por bandidos armados e violentos, que os chamam 'racistas' e tratam as meninas e mulheres ocidentais como se fossem 'prostitutas' e 'vadias'. Na última semana, após vários incidentes graves, os professores escreveram uma carta aberta às autoridades de Berlim pedindo que o estabelecimento fosse fechado e os alunos distribuídos por outras escolas."

04 abril 2006

E por falar em Sowell

Are Facts Obsolete?

"Those who believe in affirmative action likewise usually see no reason to find out what actually happens under such policies, as distinguished from what they wish, hope, or imagine happens."


A conclusão, leiam a conclusão!!!

"Facts that go against preconceived notions are likely to be ignored, even by many scholars. For example, slavery is an issue that is widely discussed as if it were something peculiar to Africans enslaved by Europeans, instead of something suffered and inflicted around the world by people of every race, color, and religion.

Two books about more European slaves brought to North Africa than there were African slaves brought to America have been published in recent years. They are "Christian Slaves, Muslim Masters" by Robert Davis and "White Gold" by Giles Milton. Both books have been largely ignored by the media and academia alike -- and the first went out of print, less than 6 months after being published.

Apparently scholars, as well as journalists, have made up their minds and don't want to be confused by the facts."

Cotas

Muita gente, alguns até bem intencionados, acham que os negros brasileiros precisam de cotas a título de compensação histórica (essa expressão me embrulha o estômago).

Essas pessoas precisam ler mais Thomas Sowell!

Em
inglês ou em português.

Para muitos isso não vai adiantar nada, mas fazer o quê? Cada um com seus dogmas...

03 abril 2006

Castas

Eu tenho uma teoria que ainda preciso desenvolver, mas basicamente ela se resume a: o brasileiro acredita na existência de castas.

Sério. Veja uma pessoa de classe alta ou média falando dos pobres e note como, para aquela, a pobreza e riqueza não são apenas circunstâncias econômicas, mas definem o próprio indivíduo. É como se fulano fosse pobre por causa de alguma força do Universo e assim morreria, não importando o quanto estude, trabalhe e se esforce. O mais triste é que essa mentalidade afeta muitas pessoas pobres que acabam se resignando com a situação e não partindo para a luta por uma vida melhor. Por outro lado, muitos jovens de classe média, cuja situação financeira é resultado do esforço dos pais, acham que estarão sempre bem de vida no matter what. Por isso vemos "jovens" de 30 e poucos anos se tornando estudantes profissionais e, não raro, vivendo com os pais, num regime de total dependência financeira.

É uma verdadeira fábrica de losers.

Esse sistema de castas fica meio evidente em declarações como esta:

"O advogado Carlo Uberth Luchione, que também viu crescer o número de casos em seu escritório, alerta para o risco de a Justiça condenar esses jovens considerando apenas a letra das leis de entorpecentes e de crime hediondo, que prevêem penas de três a 15 anos em regime fechado:

— Condenar um jovem a regime fechado num presídio do estado, onde não há separação por crime e sim por facções criminosas, é o mesmo que condená-lo à morte. Não estou dizendo que pobre tem que ir para cadeia e rico não. Apenas que o jovem, que estuda, que nunca pegou em armas, não tem a mesma periculosidade de outro, que desde os 9 anos trabalha para uma facção criminosa e que já matou."

02 abril 2006

Menos que Homer


Faz um tempo houve uma celeuma envolvendo o apresentador e editor-chefe do telejornal William Bonner que, numa reunião para definição de pauta, fez referências ao telespectador como "Homer Simpson". Isso na presença de professores universitários.

Houve um disse-me-disse e no, final das contas, Bonner, aparentemente bem mais sagaz que os professores, acabou saindo por cima.

O fato é que, a julgar por algumas reportagens que vemos por aí, acho que muitos jornalistas acreditam que escrevem para amebas incapazes de qualquer raciocínio, por mais banal que seja.

Por exemplo, vejamos esta manchete da
Folha:

"Crítica a Bush gera suspensão de produtor de TV nos EUA"

O leitor, claro!, vai pensar "Esse @#$#@ do Bush é mesmo vil!" com toda razão. Afinal de contas, tudo leva a crer que a "administração Bush" forçou o afastamento do produtor, violando o sagrado direito à livre expressão protegido pela Constituição americana.

Mas a coisa não foi bem assim. O leitor que apenas dá uma passada rápida de olhos no site da Folha jamais saberá mas aquele que estiver disposto a perder um minuto verá que:

"Além disso, em outro e-mail, Green escreve que Albright não devia ser convidada para o 'Good Morning America' por ter origem judaica."

E ainda:

"Jeffrey Schneider, porta-voz da ABC, disse que 'ninguém está tão envergonhado como o próprio Green pela divulgação destas mensagens e pelo dano que sua publicação causou a seus colegas e aos protagonistas. John é o primeiro a afirmar que isto foi uma lição, e pede perdão'."

Fica claro que o motivo do afastamento foi disciplinar, principalmente pelo caráter anti-semita dos comentários. Se tem algo que a ABC jamais iria querer é desgradar a nada pequena população judaica dos Estados Unidos, correndo assim o risco de perder patrocinadores.

Mas o pobre Homer, que leu apenas a manchete, vai seguir o resto da vida pensando que Bush bateu na mesa, disse "Foda-se a Constituição" e mandou detonar o produtor.

Hmm, déjà vu...

Senso comum

O senso comum é uma coisa complicada. Se por um lado pode representar anos e anos de sabedoria popular, por outro, muitas vezes não passa da mera repetição de uma besteira que foi dita.

Vejamos a declaração "os imigrantes fazem o trabalho que os nativos se recusam a fazer". No contexto que ela é colocada, simplesmente é sem sentido. Ela dá a entender que há tipos de trabalho que os nativos se recusam a fazer porque são humilhantes. Ora, isso é non-sense. Os nativos que se recusam a fazer tais trabalhos o fazem porque:

(A) São qualificados para ganhar mais em outro trabalho, logo não há razão para desempenhar uma tarefa desgastante quando você sabe que alguém está disposto a pagar mais para você trabalhar menos.

(B) Recebem seguro-desemprego. Por que ralar para ganhar 1000,00 se o governo me paga 700,00 se eu estiver desempregado?

O melhor exemplo de que essa teoria do "nativo que não aceita certos tipos de serviços" é pura balela é que esses mesmos serviços são desempenhados por nativos que, por serem muitos jovens ou muito velhos, estão de alguma forma afastados do mercado de trabalho que remunera mais.

Por exemplo, nos EUA não é incomum ver adolescentes (que não possuem a experiência para obter melhores salários) e idosos (muitas vezes aposentados em busca de uma complementação da renda e também de ocupação) ocupando as tais posições que os nativos não querem.

Alguns empregos pagam tão pouco devido ao excesso de oferta de mão de obra imigrante - ilegal, diga-se de passagem - que deixaram de ser interessantes para os americanos que poderiam obter muito mais em outros tipos de trabalho. O próprios imigrantes, uma vez de posse do green card, se tornam elegíveis a empregos melhores e, assim como os nativos, também passam a recusar empregos de menor remuneração.

Esse negócio de que certos trabalhos são aviltantes (vivemos num país onde o trabalho é visto de uma forma peculiar, mas isso é outro papo) só é válido para quem tem alternativas. Quando não há jeito, só resta engolir o orgulho e partir para a luta. A gigantesca fila de candidatos a gari aqui no Rio de Janeiro é uma prova disso.

Pierre, aprenda com o leprechaun!

Clique aqui para ler o texto todo

Clique no leprechaun para ler o texto todo


"The numbers tell the story. 'In 1987, the Irish Republic's per capita income hovered at 63 percent of the United Kingdom's,' writes Powell. 'Today, Ireland's $25,500 per capita income bests the United Kingdom's per capita average by $3,200.' More broadly, the average income per capita in Ireland is now 122 percent of the European Union’s average."

Porque a coisa tá preta:

"In France, similarly, the numbers are telling. The guaranteed and artificially high minimum wage currently stands at 86 percent of the nation’s average salary of white collar employees, discouraging job creation and creating a disincentive for productivity and upward mobility.

For those able to find a job, the French mandated work week is 35 hours, except during the mandated five weeks per year of paid vacation.


'French labor laws are among Europe's strictest,' reports Christopher Sultan in Der Spiegel. 'Practically every dismissal ends up before a labor court.' The idea is security, the notion that employment will be maximized if no one can get fired. In fact, the effect is the opposite. If employers can’t fire, they’re less likely to hire, and especially less likely to hire from the ranks of the most disadvantaged and inexperienced.

In a milieu that’s doing its best strangle the private sector with red tape, confiscatory taxation, and litigation, it’s not surprising that the French economy operates with 23 percent of its labor force working for the government, a malfunctioning and sponging assemblage of six million 'public servants' who outnumber the combined number of French shopkeepers, business owners, and self-employed tradesmen, i.e., carpenters, plumbers, etc., by four to one."


Radom thoughts (apud Sowell)

A coincidência que eu descrevi no post anterior me fez pensar numa coisa: a imprensa nacional leva outras formas de comunicação a sério? Não me recordo de ter visto a imprensa citando como referência um site independente, a não ser em reportagens onde os próprios sites são o assunto, como em casos de pornografia, pedofilia ou racismo.

A maioria dos sites que eu listo aqui ao lado, assim como o meu também, são meras brincadeiras e/ou desabafos, mas há também muitos sites de pessoas ou grupos que escrevem num blog porque este é o espaço do qual dispõem. Seus textos não ficam devendo nada em qualidade ao texto que qualquer colunista de qualquer jornal ou revista que circule por aí. Na verdade, alguns têm qualidade muito superior ao que estou acostumado a ler.

Será este um tipo de protecionismo que a imprensa está praticando. Do tipo, se fizermos de conta que eles não existem talvez eles desapareçam mesmo.

Afinal, mais gente escrevendo eleva os padrões e aumenta a concorrência.

Coincidências

Por duas vezes (que eu tenha reparado) uma colunista de um grande jornal carioca, escreveu textos cujos assuntos eram abordados exatamente do jeito que eu coloquei aqui no meu cafofo. Vejam se não é mesmo uma baita coincidência:

Este foi meu post:

"O mais irônico neste país é que um poderoso sempre acaba derrubado por um pé rapado.

Collor deve sua queda a um motorista. Pallocci a um caseiro.

É a vingança dos oprimidos! ;-)"

Ela começou sua coluna assim:

"Num país assim, chega a ser irônico que invisíveis derrubem presidente e ministro."

E terminou assim:

"Parece ser a vingança dos invisíveis."

Talvez seja coincidência mas, de agora em diante, prestarei mais atenção. Se não for, cara "colega", não há problemas. Eu mesmo não me canso de colocar pedaços de textos de terceiros aqui. Mas eu sempre cito a fonte...

Ah, essa classe média...

Interessante a lógica:

Pobre que vende drogas: traficante, marginal, inimigo da sociedade que deve ser extirpado do corpo social.

Rico que vende drogas: inocente, que no fundo é uma boa pessoa, levado a fazer uma coisa feia, muito feia.

Ah, eles estão desesperados!!!

Estatal banca revista que promove Alckmin

"A Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (Cteep), empresa do governo de São Paulo, pagou R$ 60 mil a título de 'patrocínio institucional' à revista Ch'an Tao, da Associação de Medicina Tradicional Chinesa do Brasil, presidida pelo médico Jou Eel Jia, acupunturista do pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin."

Caramba! Ainda bem que a nação foi alertada dessa manobra vil!!! A revista Ch'an Tao, um veículo de alta penetração, poderia influenciar tremendamente a opnião do eleitorado brasileiro.

E o lamaçal continua

Palocci ordenou a Mattoso violação do sigilo do caseiro

"
Antonio Palocci Filho, ministro da Fazenda em 16 de março, ordenou diretamente ao então presidente da Caixa, Jorge Mattoso, que violasse o sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa. Pressionou o colega Márcio Thomaz Bastos a pedir que a Polícia Federal acobertasse sua conduta, ameaçando revelar a presença de um auxiliar direto do ministro da Justiça em sua casa na noite daquela quinta, quando Mattoso lhe entregou o extrato do caseiro.

Segundo relatos obtidos pela Folha, Palocci fez pressões até a última hora para permanecer no cargo. Discutiu com Mattoso e Thomaz Bastos duramente na segunda-feira passada, dia de sua queda. Mattoso rejeitou assumir sozinho a culpa.

Por telefone, Palocci chegou a pedir ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que não fosse demitido, mas afastado temporariamente. Lula, porém, respondeu secamente que não dava. Havia acabado de ser informado de que não havia mais dúvida de que Palocci ordenara a violação do sigilo do caseiro, apesar de o então ministro ter negado isso várias vezes no decorrer do imbróglio.

Palocci deu a ordem para Mattoso quebrar o sigilo na tarde de 16 de março, quando lhe disse que tinha a informação de que o caseiro recebera soma de dinheiro e que suspeitava que havia sido comprado pela oposição para atacá-lo. De noite, Palocci convidou o secretário de Direito Econômico do Ministério da Justiça, Daniel Goldberg, para ir à sua casa. Lá, encontrou também Mattoso. A membros do governo, Goldberg disse que não presenciou a entrega do extrato.
"

O remédio existe

Em todas as discussões que a gente vê por aí sobre economia, o dilema brasileiro parece estar entre "crescer com inflação e juros baixos" ou "estagnação, estabilidade e juros altos". Há, porém, um terceiro componente oculto nestas duas alternativas:

"Estado grande, crescimento, inflação e juros baixos."

ou

"Estado grande, estagnação, estabilidade e juros altos."

Enquanto este componente oculto não for atacado, vamos ficar com esse dilema de cobertor curto.

Me visitem também

Caso eu seja preso junto com o Ubaldo!

"O que eu penso do nosso sistema político é que falta um bom nome para designá-lo, pois democracia é que não é. Tentando assim de orelhada, ocorrem-me cacocracia, cleptocracia, hipocritocracia ou, melhor ainda, pornocracia, pois é muito menos pornográfico um travesti se exibindo na avenida Atlântica, para faturar um dinheirinho com os pais de família inatacáveis que constituem a parte mor de sua clientela, do que um vendilhão da pátria, um traficante de votos, um deslumbrado pelo poder, um criminoso disfarçado sob alegações grotescamente entortadas. E penso que nosso país é hoje moralmente flácido e desorientado. Não é incomum que o cidadão não consiga agir corretamente porque o sistema é tão corrompido que não aceita a integridade, ela nos é cada vez mais uma estranha. A corrupção está em toda parte, da gasolina adulterada ao peso roubado nos produtos embalados, aos remédios falsificados, aos atestados forjados, às instituições de caridade trapaceiras e a tudo mais que nos rodeia, onde sempre suspeitamos da existência de uma mutreta, pois a mutreta é o nosso modus operandi trivial."

01 abril 2006

Não dá para levar a sério

Este deve ser o feijão mais caro do mundo!!!

"Para o astronauta brasileiro Marcos Cesar Pontes, será apenas uma reedição do tradicional experimento da escola primária, em versão Stanley Kubrick e Arthur Clarke: "2006: Um Feijãozinho no Espaço". Mas, para alunos brasileiros de ensino fundamental que só agora dão seus primeiros passos nas aulas de ciência, pode ser a semente de inspiração para uma futura carreira acadêmica. É a aposta da AEB (Agência Espacial Brasileira), ao selecionar dois experimentos educacionais para o vôo de Pontes a bordo da Soyuz TMA-8, no próximo dia 30.

Não se espera nenhum resultado científico desses procedimentos --pelo menos nada mais emocionante do que a sensação que uma criança tem ao ver seu pé de feijão brotando do algodãozinho, após seguir as instruções da professora. A diferença do velho experimento escolar para este, em versão espacial, é que agora o aluno poderá comparar seu próprio pé de feijão ao do astronauta, que será cultivado em órbita, na ausência da gravidade."

Dúvidas

Aquele que não tolera intolerantes não é um... Intolerante?

Aquele que acha que uma ou outra raça merece algum tipo de privilégio não é um... Racista?

As pessoas que estão protestando nas ruas da França não querem mudanças. Não serão elas reacionárias?

Dúvidas, dúvidas...